domingo, 29 de maio de 2011

Guerreiro africano

- Biografia do músico e ativista nigeriano Fela Kuti ganha edição nacional
Carlos Albuquerque

RIO - O nome de batismo era Olufela Olusegun Oludotun Ransome-Kuti. Mas para os amigos, as 27 mulheres e os muitos inimigos, ele era apenas Fela Kuti. Maior nome da música africana, criador do afrobeat, visionário e transgressor, amado e perseguido até a morte, por Aids, em 1997, aos 58 anos, ele viveu uma história de excessos, que se refletia não apenas em suas hipnóticas canções de mais de 20 minutos, mas também na relação com o público e as autoridades do seu país, a Nigéria.
Essa trajetória, que poderia render em Hollywood um épico sobre poder, racismo, sexo, violência e espiritualidade, gerou, em vez disso, uma fantástica biografia - "This bitch of life", escrita pelo cientista político e escritor cubano Carlos Moore -, um musical de sucesso na Broadway - "Fela!", produzido pelos astros Jay Z e Will Smith - , e um processo entre eles. Nessa ordem de entrada em cena.
- O que acontece é que fizeram o musical inspirado no meu livro e só quando ele ficou pronto é que vieram entrar em contato comigo, pedindo autorização - conta Moore, radicado há dez anos em Salvador, na Bahia, onde supervisiona a edição em português do livro, que chega às lojas em junho, com o título "Esta puta vida" (Editora Nandyala).
- Acho que pensaram que eu estava morto ou esquecido em algum lugar. E, claro, não concordei com a forma como isso foi conduzido, nem aceitei o dinheiro que me ofereceram para um acordo forçado.
Com prefácio de Gilberto Gil, "Esta puta vida" narra a trajetória de Fela na primeira pessoa, pelas suas próprias palavras. Isso foi o resultado das mais de 15 horas de entrevistas e conversas entre o autor e o músico, tanto na República Kalakuta - a desafiadora comunidade alternativa criada por ele em Lagos, onde vivia com seus amigos, músicos e esposas - como em Paris, onde os dois se encontraram durante uma excursão de Fela, em 1981.
- Conheci Fela em 1974, quando fui convidado para organizar um festival de música, que teria Stevie Wonder como atração - lembra Moore. - Desde então, cobrava dele essa biografia, para que sua trajetória fosse conhecida. Mas ele sempre foi relutante. Dizia que só queria falar para o povo africano, que não tinha interesse no Ocidente. Ele acreditava que sua música falava por ele. Era muito oral, na tradição do continente, e prezava apenas a mensagem da boca para o ouvido. Nada mais.
Duelos constantes com as autoridades:
No começo de 1981, porém, quando morava e lecionava em Paris, Moore foi surpreendido por telefonema de Fela, dizendo que estava, finalmente, pronto para falar.
- Ele me disse para pegar o próximo avião e encontrá-lo em Lagos. Foi o que fiz. Quando cheguei lá, encontrei Fela completamente deprimido com a morte da mãe, a ativista Funmilayo Ransome-Kuti, que tinha sido jogada da janela durante uma invasão da Kalakuta pela polícia, algum tempo antes. Ele achava, com razão, que os militares, que já o tinham aprisionado várias vezes, queriam matá-lo e estava se tornando obcecado com isso. Segundo ele, foi a própria Funmilayo quem apareceu em um sonho e disse para ele tornar pública a sua história.
Moore passou, então, semanas com Fela, que tinha se tornado ainda mais desafiador das autoridades, tendo reconstruído a comunidade, dessa vez em pleno gueto, além de ter tentado se candidatar à presidência do país. No local, teve contato direto com o mundo à parte em que o músico vivia.

- Diferente da primeira Kalakuta, que ficava numa área remota, a nova ficava no centro do gueto, como se fosse dentro de uma favela, de modo que se os militares tentassem uma nova invasão, teriam que passar pelo meio do povo, que idolatrava Fela - explica Moore. - Ali, ele criou um país à parte, cujas leis eram feitas por ele. Fela era um idealista, mas era ingênuo também. Acreditava que os espíritos iam ajudar o povo africano a se levantar contra os governos corruptos. Só não conseguia dizer como isso ia acontecer de fato. No lugar, ele também guardava todo o seu dinheiro, já que não queria contribuir para um governo que considerava, com razão, corrupto e autoritário. Aliás, um dos motivos dos ataques a ele feitos pelos militares era roubá-lo.
As mulheres de Fela - que renderam um capítulo à parte na biografia, intitulado "Minhas rainhas", foram entrevistadas pelo autor na segunda bateria de entrevistas com o músico, feitas em Paris, alguns meses depois.
- Todas elas ganhavam um salário e trabalhavam dentro da comunidade. Quando havia uma briga entre suas mulheres, ele mesmo fazia um julgamento e decidia quem era a culpada. Mas naquela época, ele já estava totalmente paranóico e com mania de perseguição. Não queria comer, nem beber nada no hotel em Paris e dizia que estava ouvindo vozes. Eu falei para ele procurar ajuda, mas Fela não me deu atenção.
Como recorda Moore, Fela contraiu Aids em 1986, durante um dos seus períodos na prisão, ao receber uma visita "íntima".
- Ele pegou Aids quando quase ninguém sabia o que era isso, principalmente na África. Como era forte, passou anos sem apresentar sintomas. Quando eles finalmente surgiram, em 1995, ele desprezou o atendimento médico, já que acreditava que os espíritos iam protegê-lo. Fela tinha convicção de que era imortal e ver como sua obra entrou para a História quase nos faz acreditar nisso - afirma o escritor. - Ironicamente, quem anunciou sua morte ao público foi o seu próprio irmão mais velho, Olikoye Ransome-Kuti, que havia se tornado um ativista contra a Aids na África.
Extraído de O Globo
Livro traz relatos da vida de Fela Kuti, pai do afrobeat
Marcelo de Trói - Especial para o BOM DIA
O nigeriano Fela Anikulapo-Kuti (1938-1997) foi mais que um gênio criador da música contemporânea, tornou-se uma das personalidades mais polêmicas do século 20. Com a biografia “Fela: Esta Vida Puta” (R$ 35, 349 páginas – Editora Nandyala), escrita pelo amigo do artista, o historiador cubano radicado em Salvador Carlos Moore, os brasileiros finalmente terão a oportunidade de conhecer o pensamento do pai do afrobeat.
O gênero criado pelo nigeriano, a partir dos anos 1960, pode ser definido como o cruzamento entre funk, jazz, salsa, calipso, juju, highlife, e diversos padrões percussivos africanos.
Carlos Moore acha oportuno o lançamento agora no Brasil, onde Fela começa a ser popularizado.”
James Brown dizia que era padrinho do soul, mas Fela é o pai do afrobeat. Criar um outro gênero musical é coisa de gênio. Bob Marley não inventou um gênero, Fela, sim”, defende.
É no prefácio e no epílogo que Moore analisa a vida de Fela Kuti e seu contexto histórico. Grande parte do livro é em primeira pessoa, sendo a própria fala do artista. “Intuitiva e espontânea, desconexa e contraditória, a ideologia de Fela era poderosa e original o bastante para atrair uma massa crescente de jovens urbanos excluídos”, escreve.
Moore conheceu o músico em 1974 e sempre insistia para que Fela registrasse sua vida em livro. O cantor só concordou em escrevê-la em 1981. A biografia é fruto de 15 horas de conversas entre o autor e o músico em Kalakuta — comuna na Nigéria onde Fela criou uma República e vivia com amigos, músicos e suas 27 mulheres — e também em Paris, onde se encontraram em 1981. Quando voltou dos EUA, em 1969, depois de entrar em contato com os escritos de Malcolm X, que Fela Kuti deixou de ser apenas um excelente músico para se tornar um rebelde.
Ele abandonou uma vida de conforto e se mudou para uma das favelas mais miseráveis da Nigéria. Defendia abertamente que os negros africanos deviam abandonar a religião cristã branca para voltarem às raízes da religião milenar africana. Estava no centro das atenções por praticar a não-monogamia.
Quem escutar uma das 133 canções criadas por Fela Kuti, e apenas uma parte delas está registrada nos 77 álbuns lançados em pouco mais de 20 anos de carreira, notará o jogo vocal de perguntas, respostas e repetições de influência yourubá, prática comum nas liturgias dos terreiros da religião afro-brasileira.
Algumas dessas músicas podem ter até mais de 20 minutos duração. Fela não se enquadrava ao padrão da indústria fonográfica, não atendia aos pedidos para que moderasse o tom de suas letras, nitidamente políticas.
Estão na biografia, detalhes de sua vida pessoal, relatos da infância, a relação com sua mãe, militante feminista, espancada pelo governo nigeriano em uma das muitas invasões à Kalakuta. O livro também traz depoimento de nomes como Lázaro Ramos, Stevie Wonder e prefácio do cantor brasileiro Gilberto Gil que conheceu Fela em 1977. “Um reconhecimento, propiciado pela análise acurada e a tomada em perspectiva intelectual mais ampla, daquilo que foi Fela e a sua obra. Este livro está entre os trabalhos que buscam cumprir essa missão”, escreve Gil.
Fela Kuti morreu falido e abandonado. A execução de suas músicas foi vetada nas rádios pelo governo nigeriano. “Seu complexo comunal foi destruído e seus bens dilapidados pelas incessantes batidas policiais. Foi impedido de participar de turnês. Toda esta complexa e desfavorável conjuntura manteve Fela à margem”, analisa Moore.
“Fela Kuti foi certamente uma das vozes mais marcantes de protesto libertário no mundo. Esta voz política, e a música que é inseparável dela, são nosso legado comum no século 21”, conclui Moore. Anikulapo, o segundo nome de Fela, significa aquele que tem controle sobre a morte. Por ser assim, 14 anos depois de sua passagem para o Orun (mundo espiritual em yorubá), com o lançamento de sua biografia, Fela está longe de estar morto e esquecido.

Serviço /“Fela: Esta Vida Puta”, Carlos Moore (prefácio de Gilberto Gil).
Em São Paulo, o lançamento será na Matilha Cultural - Rua Rêgo Freitas, 542
sábado, 25 de junho, a partir das 18h30
Informações: (31) 3281-5894, (31) 9119-5755; nandyalaeditora@gmail.com
Extraído de Rede Bom Dia
LANÇAMENTOS NACIONAIS
01 a 30 de junho de 2011
João Pessoa - 01/06
Recife - 02/06
Salvador - 03/06
Rio de Janeiro - 09 e 11/06
Belo Horizonte - 14/06
São Paulo - 25/06
Porto Alegre - 29/06
Para saber sobre o lançamento em sua Cidade, entre em contato: atendimento@nandyalalivros.com.br
Tel.: 31-3281-5894
Web Site - www.leliagonzalez.org.br
Ações Afirmativas - http://afirmativas.blogspot.com

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Corpo de Abdias Nascimento será velado amanhã na Câmara dos Vereadores do Rio

Agência Brasil – 25/05/2011
- O corpo do ex-senador Abdias Nascimento será velado a partir das 18h de amanhã (26) na Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro, na Cinelândia, no Centro da cidade. Na sexta-feira (27), às 11h, o corpo seguirá para o crematório da Santa Casa de Misericórdia, no Caju, zona norte do Rio. Um dos maiores ativistas da luta pela cidadania dos negros no Brasil, Abdias Nascimento morreu às 22h50 da última segunda-feira (23), no Hospital dos Servidores do Estado (HSE), aos 97 anos, vítima de complicações decorrentes de diabetes.
A cremação, agendada para as 13h30 de sexta-feira, será uma cerimônia restrita a familiares e amigos próximos. Em cumprimento a um desejo do próprio Abdias, suas cinzas serão levadas para a Serra da Barriga, em Alagoas, local do maior centro da resistência negra no Brasil, o Quilombo dos Palmares.
Nascido em 1914, no município de Franca (SP), Abdias Nascimento começou a luta pela igualdade racial ainda estudante, na capital paulista, onde em 1936 foi preso por protestar contra a exigência de entrar numa boate pela porta dos fundos, por ser negro. Em 1944, já vivendo no Rio de Janeiro, ele fundou o Teatro Experimental do Negro. Além de ator e dramaturgo, foi jornalista, escritor e artista plástico.
O ativista sofreu pressões durante a ditadura militar e ficou exilado 13 anos nos Estados Unidos. De volta ao Brasil, Abdias Nascimento iniciou carreira política, foi deputado federal, nos anos 80, e senador, de 1991 a 1992 e de 1997 a 1999 pelo PDT.
A última homenagem em vida ao ex-senador foi a criação do Prêmio Nacional Jornalista Abdias Nascimento, lançado há 15 dias pelo Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro. Com inscrições abertas até 19 de agosto, o prêmio vai contemplar as melhores reportagens sobre temas relacionados à população negra.

terça-feira, 24 de maio de 2011

Abdias do Nascimento - biografia

Um dos fundadores do Movimento Negro Unificado - MNU

Nascimento, Abdias do (1914)

Biografia
Abdias do Nascimento (Franca SP 1914). Ator, diretor e dramaturgo. Militante da luta contra a discriminação racial e pela valorização da cultura negra. É responsável pela criação do Teatro Experimental do Negro, que atua no Rio de Janeiro entre 1944 e 1968. Essa é a primeira companhia a promover a inclusão do artista afrodescendente no panorama teatral brasileiro.
A militância política de Abdias do Nascimento começa na década de 1930, quando integra a Frente Negra Brasileira, em São Paulo. Participa, anos depois, da organização do 1º Congresso Afro-Campineiro, com o objetivo de discutir formas de resistência à discriminação racial. No início da década de 1940, em viagem ao Peru, assiste ao espetáculo O Imperador Jones, de Eugene O'Neill, no qual o personagem central é interpretado por um ator branco tingido de negro. Refletindo sobre essa situação, comum no teatro brasileiro de então, propõe-se a criar um teatro que valorize os artistas negros.
Nascimento permanece em Buenos Aires por um ano, estudando no Teatro Del Pueblo. Quando volta ao Brasil, em 1941, é preso por um crime de resistência, anterior a sua viagem. Detido na penitenciária do Carandiru, atualmente extinta, funda o Teatro do Sentenciado e organiza um grupo de presos que escrevem e encenam os próprios textos.
No Rio de Janeiro, com o apoio de uma série de artistas e intelectuais brasileiros, inaugura o Teatro Experimental do Negro - TEN, em 1944, com a proposta de trabalhar pela valorização social do negro por meio da cultura e da arte. No primeiro ano de funcionamento, o TEN promove um curso de interpretação teatral, ministrado por Nascimento, além de aulas de alfabetização e oficinas de iniciação à cultura geral, objetivando a formação de artistas e colaboradores. Dirige o espetáculo de estreia do grupo, O Imperador Jones, em 1945. No ano seguinte participa como ator de duas outras peças de O'Neill produzidas pelo grupo: Todos os Filhos de Deus Têm Asas e O Moleque Sonhador. Ainda em 1946, comemorando dois anos de fundação do TEN, protagoniza trecho do espetáculo Otelo, de William Shakespeare, com a atriz Cacilda Becker.
Em seguida, o grupo passa a encenar uma série de novas peças da dramaturgia brasileira, focalizando questões de relevância para a cultura negra. Nascimento dirige, em 1947, O Filho Pródigo, de Lúcio Cardoso, e também atua na peça, a primeira escrita especialmente para o TEN, abordando a questão do negro em forma de parábola. No ano seguinte, atua como ator e diretor em Aruanda, de Joaquim Ribeiro, colocando pela primeira vez no centro da representação elementos da religiosidade afro-brasileira. Monta Filhos de Santo, de José de Morais Pinho, em 1949.
Apropria-se da tradição do teatro de revista para escrever Rapsódia Negra, encenada em 1952. Em 1957, participa como ator da montagem de seu segundo texto dramatúrgico, Sortilégio, fábula moral que fala do preconceito de raça com base em uma situação vivida pelo protagonista, com direção é de Léo Jusi. Anos mais tarde, escreve uma segunda versão dessa peça, mesclando a ela aspectos da cultura africana, inspirada em sua estada de um ano na Nigéria,
Dirige, entre 1948 e 1951, o jornal Quilombo, órgão de divulgação do grupo e de notícias de outras entidades do movimento negro. Realiza a Conferência Nacional do Negro, em 1949 e, o 1º Congresso do Negro Brasileiro, em 1950. Em 1961, publica o livro Dramas para Negros e Prólogos para Brancos, compêndio com peças nacionais que tratam da cultura negra, entre elas as montadas pelo TEN (Teatro Experimental do Negro).
Devido à perseguição política, em 1968 Nascimento parte para um exílio que dura treze anos. Com a dissolução do TEN, deixa de atuar e dirigir no teatro, e sua militância ganha outras direções. Fora do Brasil, atua como conferencista e professor universitário, publica uma série de livros denunciando a discriminação racial e dedica-se à pintura e pesquisa visualidades relacionadas à cultura religiosa afro-brasileira. Na volta ao país, investe na carreira política, assume cargo de Deputado Federal e Senador da República pelo PDT, sempre reivindicando um lugar para a cultura negra na sociedade.

Fonte: www.itaucultural.org.br

Sobe ao Orum Abias do Nascimento

Prezados senhores e senhoras, sacerdotes e sacerdotisas,
Acabei de ler no Facebook no Link de Jamir Motta esta notícia lamentável pelo grupo HOMENS DO AXÉ?
Falecimento do nosso icone,personalidade, celebridade o GUERREIRO ABDIAS DO NASCIMENTOhoje pela manhã.
De fato é uma perda irreparável para o Movimento Negro do Brasil e do mundo! Uma de nossas grandes referências históricas.
Mas omo orisá Abdias volte para o Orun (céu) acompanhado da Corte de Olodumarê que dão Vivas e Batem palmas pelo seu regresso junto com anjos, querubins, mestres encantados. neste mês em que não Comemoramos uma Abolição Inacabada mas Festejamos o dia 13 de maio pelos nossos Pretos e Pretas velhas que com suas rezas, ladainhas, benzimentos, louvações e cantigas estão lhe abençoando com nossos galhos de arruda, guiné, alecrim, lhe brindando com vinho, café e chá de erva cidreira, lhe saudando com o Rosario de Nossa Senhora que seja sua guia em nome dos: Pai Venâncio, Maria Conga, Pai Joaquim, Vovó Catarina, Pai Mané, Vó Cambinda........

Carinho e axé,
EGBOMY CONCEIÇÃO REIS D' O'GÚN
COORDENADORA DO INTECAB-SP
COORD. NACIONAL DE QUILOMBO URBANO DO MNU

domingo, 22 de maio de 2011

Entrevista de Hélder

Leia na integra a entrevista do estudante universitário negro baiano que foi discriminado e perseguido por brigadianos, na cidade de Jaguarão/RS.

http://www.cartacapital.com.br/destaques_carta_capital/%e2%80%9ceu-me-senti-um-exilado-dentro-do-meu-proprio-pais%e2%80%9d-2

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Seminário Regional “Rumo ao 2º FSM-Serra Gaúcha

Em Bento Gonçalves

Data: 21 de maio de 2011

Programação:


09h00 - Abertura – Boas Vindas – autoridades presentes


09h30 – Mesa 01 – A Formação Econômica e o Desenvolvimento da Serra Gaúcha
Roberto F. Nascimento – Doutorando em História na PUC/RS
Ivo Valliatti – Dirigente Sindical do SITRACOM



10h30 – Intervenções plenário e considerações Finais


11h00– Mesa 02 – Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente
Jean Carbonera – Presidente Advogados Sem Fronteiras e Consultor Internacional de Responsabilidade Ambiental e Sustentabilidade
Professor Airtom Berger Filho – Professor de Direito Ambiental da UCS e Membro do Conselho dos Advogados Sem Fronteiras


11h30 - Intervenções plenário e considerações finais
12h00 – Almoço


13h30 –Apresentação 2º FSM-Serra – Objetivos – Organização – Metodologia
14h00 – Organização dos trabalhos em grupo – Dinâmica
Apresentação da metodologia e critérios para definição dos eixos – programação geral e calendário


14h30 – Encaminhamento para grupos
Eixos do Fórum – Programação Geral – Cronograma de Realização


16h30 – Plenária Final
Relato dos grupos


17h00 – Encaminhamentos Gerais

sexta-feira, 13 de maio de 2011

13 de maio, data para refletir

Mesmo assim, a data está um pouco desprestigiada desde que os movimentos negros brasileiros, nos anos 70, instituíram o Dia da Consciência Negra para ressaltar o papel dos próprios negros no processo de sua emancipação. Com isso, o dia 20 de novembro, que rememora a execução de Zumbi, tornou-se contraponto ao 13 de maio. Progressivamente, o Dia Nacional da Consciência Negra ganhou prestígio, até ser incluído no calendário escolar brasileiro, pela lei 10 639, de 9 de janeiro de 2003, que tornou obrigatório incluir no currículo escolar nacional a obrigatoriedade da temática “história e cultura afro-brasileira”. O debate que pode ser aberto a partir disso é: existem ou não motivos para a comemoração do 13 de maio? A data tem seu valor histórico. Ela assinala a vitória do movimento abolicionista e do parlamento brasileiro. A campanha abolicionista atingiu seu êxito no exato momento que a princesa Isabel assinou a lei. Para César Jacinto, coordenador de projetos especiais do Ceafro Kilombo de Bagé e que também participa da coordenação política estadual do Movimento Negro, a data é de reflexão. Ele comentou que, das entidades nacionais ligadas aos movimentos negros, somente o Congresso Nacional Afro-Brasileiro (CNAB) festeja o 13 de maio. Jacinto revelou que o movimento negro em Bagé está bem avançado em relação ao cenário estadual. São diversas realizações e é destaque o entrosamento com a comunidade. O líder negro enumerou várias conquistas do movimento que se iniciou com as ações do Ceafro Kilombo, há praticamente 10 anos. Uma delas foi a garantia de 20% das vagas para cargos públicos municipais oferecidos por concurso. Na área da educação, Jacinto comemora a formação de aproximadamente 500 professores na região para o ensino de cultura e história afro-brasileira e africana. Na área cultural e artística são diversos os eventos ligados à música e à dança promovidos pelo movimento negro, e é constante o incentivo à criação de políticas públicas que promovam a cultura negra. Na área da saúde ele salienta a criação do Comitê Técnico de Saúde da População Negra, focado em doenças como a anemia falciforme, o diabetes e a hipertensão, entre outras que na população negra requerem cuidados diferenciados no diagnóstico e no tratamento. Jacinto revelou que o grupo quer, num futuro próximo, agir na área de geração de trabalho e renda. Para tanto os jovens negros bajeenses poderão participar de cursos de capacitação e formação obtidos graças ao esforço do movimento negro de Bagé que, através de parcerias proveitosas ganhou destaque estadual.

Segure e lance

Segure e lance