terça-feira, 26 de julho de 2011

25 DE JULHO

25 DE JULHO
Dia Internacional da MULHER NEGRA
Latino Americana e Caribenha
No 1º Encontro de Mulheres Afro-latino-americanas e Afro-caribenhas, realizado em Santo Domingo (República Dominicana) em 25 de julho de 1992, definiu-se que este dia seria o marco internacional da luta e resistência da mulher negra.
Vários setores da sociedade têm atuado para dar visibilidade e consolidar esta data procurando combater a falta de oportunidades e de direitos, a depreciação e a diminuição da vida apresentadas pela ideologização do racismo, além da opressão de gênero vivenciada pelas mulheres negras latino-americanas e caribenhas.
O 25 de Julho tenta romper o mito da mulher universal e evidenciar as etnias, suas especificidades e desigualdades, sejam no âmbito da saúde, educação, habitação e mercado de trabalho, assim como em todos os aspectos da vida.
Foi preciso destacar uma data para simbolizar quem somos e como vivemos enquanto mulheres negras.
Dentre as questões que dizem respeito à população negra, tanto em relação à pré disposição genética quanto às condições sociais de exclusão impostas pelo capitalismo, temos agravos e problemas prioritários a considerar:
- Mortalidade materna;
-transtornos comuns na infância como subnutrição, diarréias,
-doenças respiratórias; mortalidade infantil aguda; desnutrição (criança, gestante,idoso);
- Doenças crônico-degenerativas: hipertensão e diabetes mellitus;
- doenças cardiovasculares;
- Câncer de mama, útero, próstata e de pulmão;
- Anemia falciforme; Doenças falcêmicas,
- mortalidade precoce dos doentes falciformes;
- Depressão, alcoolismo, estresse, adoecimento mental no trabalho etc; infecções urinárias de repetição e cirrose hepática.

Tomamos aqui, como exemplos a serem superados, a falta de profissionais de saúde preparados;
uma política de formação de Recursos Humanos inadequada à realidade;
ausência de material informativo e educativo voltados para a saúde da população negra;
intolerância e não reconhecimento das ações de saúde prestadas pelos terreiros de
candomblé;
controle social frágil etc.
Nesse contexto temos como desafio não apenas uma Política da Saúde adequada, mas políticas específicas para as mulheres negras em todos os campos dos direitos sociais.
Além dos desafios apresentados, as lutas e conquistas do movimento negro, através da organização das mulheres negras em diferentes instâncias, seja em redes, grupos locais, regionais ou nacionais, abrem perspectivas de avanços para um mundo justo.
Para reduzir as desigualdades é necessário investir em políticas públicas e controle
social, em campanhas informativas e formativas, além da própria formação política dessas mulheres no seu espaço de atuação.
INDIGNAÇÃO frente às desigualdades, ALEGRIA e ESPERANÇA para darmos
continuidade à LUTA!
Fonte: Seminário Nacional de Saúde da População Negra/2004 (Ministério da Saúde e SEPPIR Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial)

sábado, 23 de julho de 2011

Movimento Quilombola - Carta de Porto Alegre

Carta ao povo brasileiro e ao movimento quilombola e social negro em defesa da luta quilombola e em especial aos irmãos quilombolas que estarão no 4º encontro da CONAQ.
As organizações, quilombolas, entidades e ativistas negros e sociais reunidos no encontro quilombola negro e popular realizado no dia 16 de julho último no quilombo da família silva em porto alegre vem perante a população e o povo brasileiro denunciar a grave situação de ataques aos direitos das comunidades quilombolas e fazer uma convocação para a luta e organização.
A luta quilombola é secular. Nós e o conjunto das entidades e organizações do movimento negro somos herdeiros e fazemos parte dessa frente.
Hoje, informalmente, são mais de cinco mil comunidades nos mais variados graus de organização e mobilização pela defesa de s eus direitos e em todos estados da federação.
As reações contra esse processo de luta e organização do nosso povo vem mostrando a sua face. A opção de “desenvolvimento” oficial exclui a maior parte do povo brasileiro e especificamente o povo negro e os povos indígenas.
As comunidades quilombolas vêm sofrendo forte ataque aos seus direitos em várias esferas, como a ação direta de inconstitucionalidade (adi 3239) ajuizada pelo Dem (democratas ex-PFL); o projeto de decreto legislativo de autoria do deputado Valdir colatto (PMDB - SC) projeto 44/2007.
Ambos ataques, o primeiro no Supremo Tribunal Federal e o segundo no Congresso Nacional, estão na iminência de serem votados em Brasília e visam retirar a efetividade do artigo 68, do ato das disposições constitucionais transitórias da constituição federal de 1988 (que garante a titulação das terras de quilombo),bem como, atacam conquistas expressas no decreto 4887/2003 (que regulamenta pro cedimentos para demarcação e titulação dos nossos territórios) com efeitos devastadores para a luta da grande maioria das comunidades quilombolas.
Esses ataques refletem os interesses dos grandes latifundiários rurais e urbanos, grandes empreiteiras, empresas de papel e celulose e multinacionais contando com cumplicidade das grandes empresas de comunicação (escrita e falada).
São essas pressões que explicam as alterações das instruções normativas do INCRA pelo governo federal, burocratizando e retardando o processo de demarcação e titulação das terras quilombolas (que já é lento pois nos últimos 8 anos somente 15 comunidades foram tituladas) à revelia das comunidades quilombolas. Em resposta a essas ações, varias entidades e organizações do movimento negro e quilombola deram entrada na OIT - Organização Internacional do Trabalho, de denúncia do estado brasileiro, por descumprimento da convenção 169 da OIT. Acusando os pouquissimos rec ursos disponibilizados para demarcação e titulação de terras e a extremamente baixa execução orçamentária desses recursos, não atingindo em média 10% dos valores previstos; os assassinatos e ameaças de morte à várias lideranças quilombolas, ativistas sociais e lutadores(as).
Estamos resistindo, como demonstram as mobilizações recentes no Maranhão, Bahia, São Paulo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Alertamos que o momento é de unidade e vimos a público denunciar todos aqueles que procuram isolar o movimento quilombola do conjunto do movimento negro e social.
No momento em que se aproxima o 4º encontro da CONAQ, fazemos um alerta e um chamado especial aos quilombolas presentes nesse encontro que será realizado no rio de janeiro de 03 a 07 de agosto do corrente ano para nos mobilizarmos para barrar esses ataques e garantir nossas vidas e nossos direitos.
A derrota dos quilombolas seria um retrocesso nas conquistas do povo negro e para o c onjunto das lutas sociais no país.
Nesse sentido convocamos a todos(as) para:
1- A Marcha Quilombola Negra e Popular sobre Brasília no dia 14 de setembro de 2011, contra a adin 3239 do Dem; contra o PDL- 44/2007 do deputado Valdir Collato, PMDB – SC; denuncia dos assassinatos e ameaças de morte nas comunidades quilombolas, exigindo garantias do estado para segurança das comunidades, punição e prisão para os assassinos e mandantes e reparação para as famílias das vítimas; exigência de titulação das terras quilombolas e recursos para sustentabilidade de nossas comunidades; denuncia dos cortes orçamentários para a área social e da baixa execução orçamentária; denuncia do genocídio da juventude negra; denuncia do racismo institucional. Exigimos reparação ao nosso povo pelos crimes de lesa humanidade, cometidos ao longo de 511 anos de história do nosso país.
2- Construção de comites amplos nos estados em defesa dos territórios quilomb olas, da titulação e sustentabilidade das comunidades quilombolas e contra a adi- 3239 do Dem e o PDL 44/2007, indicando o dia 16 de agosto para lançamento dos referidos comites.
3-Construção de um vinte de novembro unificado nacionalmente com eixo na defesa das comunidades quilombolas; contra o genocídio de nossa juventude; em defesa das políticas afirmativas; contra a homofobia e perseguição religiosa.
PELA TITULAÇÃO IMEDIATA E SUSTENTABILIDADE DAS TERRAS QUILOMBOLAS.
BASTA DE RACISMO E ASSASSINATOS!
REPARAÇÃO JÁ!
Frente Nacional Em Defesa Dos Territórios Quilombolas;
MNU;
Quilombo Raça e Classe CSP-Conlutas;
Frente de Luta Quilombola Negra e Popular de Porto Alegre;
Rede Quilombos do Sul;
Sindicato dos Trabalhadores dos Correios e Telegrafos do Rio Grande do Sul;
AGB Porto Alegre;
MR - Movimento Revolucionário.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Encontro Quilombola , Negro e Popular

CONVOCAÇÃO

Resistindo contra o Racismo Institucional, a ADI-3239 do DEM, o PDL 44 de Valdir Collato (PMDB-SC) , os Assassinatos e Ameaças de Morte aos Quilombolas e ativistas do Movimento Negro e Social , pela Policia e Ruralistas e Mercado Imobiliário no Brasil
Local : Quilombo da Família Silva - Rua João Caetano nº 1170, Bairro Três Figueiras, Porto Alegre - RS
Dia: 16.07.2011 das 9h às 18h, intervalo para almço das 12:30 às 13:30 h; Confraternização 19h Atrações Culturais Diversas
Valor do Almoço: R$ 5,00
Temário Manhã: 1- Conjuntura da situação Quilombola, no marco dos ataques e retirada de direitos (Ação Direta de Inconstitucionalidade 3239 do DEM e Projeto de Decreto Legislativo nº 44 de Valdir Collato PMDB de Santa Catarina). 1.1- Esclarecimentos sobre o impacto na luta pela demarcação e titulação dos territórios Quilombolas das ações referidas anteriormente 1.3- Articulação das demandas específicas e emergenciais das Comunidades presentes
Temário Tarde: 2- Encaminhamentos. 2.1- Plano de Ação em escala Municipal e Estadual - (Articulando as demandas locais); 2.2- Plano de Ação Nacional envolvendo a resistência contra a ADI-3239 do DEM e o PDL nº 44 do PMDB de SC, ou seja, mobilização sobre Brasília, ainda no segundo semestre, com foco no Congresso Nacional e no Supremo Tribunal Federal defendendo os interesses das Comunidades Quilombolas; 2.3- Denúncia a respeito dos assassinatos de Quilombolas e lideranças populares , bem como, ameaças de morte para lideranças Quilombolas e do Movimento Negro e Social; 2.4- Assuntos Gerais.
Convocam:
Quilombo da Família Silva; Quilombo Fidelix; Frente de Luta Quilombola Negra e Popular; Frente Nacional em Defesa dos Territórios Quilombolas; REDE QUILOMBOS DO SUL; GT- Quilombola MNU-RS.
OBS: Os companheiros(as) que vierem do interior ou de outros Estados informar o nº de pessoas e horário de chegada em Porto Alegre, para disponibilizarmos hospedagem solidária nas Comunidades Quilombolas que estão convocando, como em residências de parceiros (as) do Movimento Social e Social Negro, aproveitando para informar que tragam roupa de cama e de higiene pessoal.
Informações:
Contatos : Jader 51-84228950- 3212 5027
PELA TITULAÇÃO IMEDIATA DOS TERRITÓRIOS QUILOMBOLAS
CONTRA A ADI 3239 DO DEM E DO PDL 44 DE VALDIR COLLATO (PMDB DE SC)
PUNIÇÃO AOS ASSASSINOS DE QUILOMBOLAS E DE ATIVISTAS DOS MOVIMENTOS SOCIAIS E CONTRA AS AMEAÇAS DE MORTE
INVESTIMENTOS PÚBLICOS EMERGENCIAIS PARA GARANTIR A SUSTENTABILIDADE DAS COMUNIDADES QUILOMBOLAS.
REAJINDO A VIOLÊNCIA RACIAL

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Mestre Borel. O Griot viaja para o Orun

Mestre Borel. O Griot viaja para o Orun.
Por Baba Diba Iyemonja, segunda, 4 de julho de 2011 às 14:48
Mestre Borel o mais velho e antigo Alabe que se tem notícias, memória e enciclopédia viva de nossa tradição, se despede num quadro muito triste de pobreza, quando faziamos uma campanha para reerguer sua casa que estava caindo. Um grande Babalorisa que deixa uma história muito digna de preservação e resistencia de nossas tradições religiosas. Falava Iorubá, e era um critico severeo à modernidade e aos rumos da religião de Matriz Africana nos ultimos tempos, defendendo sempre sua essencia. Deixa alem de saudades e respeito, deixa dois livros escritos e cds de canticos religiosos gravados, alem do documentario sobre sua história e trajetória lançado no ano passado ao qual tive a honra de ter co-dirigido. Em Setembro de 2010 No Dida Ara Primeiro Encontro Nacional de Tradições de Matriz Africana e Saude tivemos a honra de mais uma vez homenagea-lo.Um evento em que sua presença foi marcante levando todos os presentes às lagrimas de emoção e exultação quando ele trocou falas em Ioruba com Pai Aderbal Ashogun.

Segure e lance

Segure e lance