segunda-feira, 27 de junho de 2016

O Movimento Negro Unificado – MNU Seção RS

O Movimento Negro Unificado – MNU Seção RS vem de público se posicionar contra a extinção do SECADI (Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão). Esta atitude prejudica o EJA (Educação de Jovens e Adultos, Educação Quilombola e dos Campos). Exortamos para a efetivação da Lei 10.639/2003 e Lei 11.645/2008 que determina nas escolas de ensino fundamental, médio e superior, o ensino da História e Cultura da África e dos Africanos no Brasil. Tal atitude do governo golpista tem como finalidade acabar com a educação para os pobres, entre os quais, a maioria são negros. É importante para os governos conservadores que o povo não saiba pensar. O que facilita a aceitação de suas ideias e ações que retiram direitos dos trabalhadores e os deixam à mercê de uma elite que se preocupa apenas com o lucro financeiro para manter seu Status Quo. O MNU/RS é contra a flexibilização das leis do trabalho, o extermínio da população negra, da violência contra a mulher negra e a violência, discriminação e assassinatos dos imigrantes do Continente africano e Haitianos. Queremos a continuidade do sistema de cotas nas Universidades Públicas para negros e indígenas, oriundos das escolas públicas.

quinta-feira, 23 de junho de 2016

Greves de trabalhadores negros ainda no tempo da escravização.

Ciência e Cultura On-line version ISSN 2317-6660 Cienc. Cult. vol.65 no.2 São Paulo Apr./June 2013 As greves antes da "grève": as paralisações do trabalho feitas por escravos no século XIX Antonio Luigi Negro Flávio dos Santos Gomes Dia ensolarado. O italiano Pascoal se aproxima do brasileiro Justino. Apelidado de "missionário", o italiano usava um desses chapeletes de militante socialista. Com uma pá na mão, o operário — um negro — fez uma pausa no batente para olhar Pascoal nos olhos, ouvindo-o atento. Gesticulando com as mãos, compensando o sotaque carregado, o italiano viera atear fogo: criticou salários, incitou todos a largarem o serviço e a fazer a revolução. "Você, seu Pascoal" — argumentou Justino (também com seu sotaque próprio) — "está perdendo seu tempo. Eu não compreendo a língua estrangeira". Tal como na charge de J. Carlos (publicada na revista Careta em 1917), imprensa, novelas e textos didáticos divulgaram para o grande público essa — fictícia — figura do italiano anarquista. Celebravam o mito do imigrante radical, uma fantasia em parte utópica e preconceituosa. Utópica porque os trabalhadores europeus não eram em sua maioria rebeldes nem se sentiam italianos. Ou seja, nem sempre eram anarquistas e tampouco se declaravam italianos. Na verdade, uma grande parte era de origem rural, não era composta de artesãos radicais ou trabalhadores de fábrica. Esses imigrantes não traziam consigo, em segundo lugar, uma maciça experiência de envolvimentos com partidos, greves e sindicatos. Havia, em acréscimo, divisões étnicas entre os imigrantes. Consequentemente, a desconcertante conclusão de Michael Hall é a de o nascente operariado industrial de São Paulo de origem imigrante ter contribuído para manter a classe operária em situação relativamente fraca e desorganizada. Muitos abraçavam identidades étnicas antes de mais nada, pois lhes assegurava um senso imediato de comunidade. Outros eram católicos e conservadores. Também aceitaram serviços cuja remuneração os brasileiros recusavam (1). O mito do imigrante radical é também um preconceito porque, entre silêncios e esquecimentos, impede que o trabalhador local (a começar pelo escravo) apareça como protagonista das lutas operárias. Figuras como a de Justino, que aparece trabalhando mas é pintado como alheio à pregação inflamada do italiano radical, personificaram o anti-herói conformista. Enquanto que Pascoal desembarca pronto para lutar, o operariado formado em solo brasileiro deve, nessa ótica, ou aceitar a liderança do imigrante ou ficar de fora; quase um fura-greve. Deste modo, as imagens do trabalhador estrangeiro, branco, anarquista e rebelde, assim como a do trabalhador brasileiro longe das lutas, não passam de uma representação caricata do operariado do início do século XX. Além disso, de acordo com esse mito do imigrante radical, a paralisação coletiva do trabalho seria algo tão inédito no Brasil que sequer haveria um termo disponível na língua portuguesa para nomear o fenômeno. Na falta dessa palavra, éramos obrigados a tomar de empréstimo aos franceses a palavra grève! No entanto, a paralisação do trabalho como forma de protesto e barganha foi sempre uma consequência tão espontânea e lógica da experiência dos trabalhadores que boa parte das línguas europeias possui uma palavra própria para designar o fenômeno. Assim, ingleses fazem strike. Já os espanhóis entram em huelga, enquanto que italianos, quando param o serviço, estão em sciopero. No Brasil do século XIX, as primeiras formas de suspensão coletiva das atividades ficaram conhecidas como paredes. Sem essa, portanto, de um Pascoal rebelde e um Justino que não fala o idioma da luta operária. Para nós, a emergência da classe trabalhadora não pode estar vinculada apenas à imigração. QUANDO AFINAL SURGIRAM AS GREVES NO BRASIL? Há quem tenha indicado que a greve dos tipógrafos de 1858 foi a primeira greve do Rio de Janeiro. Será? Sabemos hoje que, um ano antes, os trabalhadores escravizados pertencentes ao Visconde de Mauá pararam o serviço da fábrica da Ponta d'Areia. Esta era um dos maiores estabelecimentos da cidade, com cerca de 10 oficinas e 600 operários, sendo 150 deles escravos. Contudo, apesar de noticiada na imprensa, não existem maiores informações sobre as reivindicações dos escravos. Era comum haver cativos e livres no mesmo espaço de trabalho. Dos operários registrados nas manufaturas do Rio de Janeiro entre os anos de 1840 a 1850 — em particular nas fábricas de vidro, papel, sabão, couros, chapéus e têxteis —, 45% eram escravos. Além disso, o recenseamento de 1872 apontou que, no Rio de Janeiro, havia mais de 2 mil cativos empregados como trabalhadores em pequenas fábricas. São várias as evidências de paralisações feitas por escravos. No final da década de 1820, cativos, africanos livres e outros trabalhadores pararam a Fábrica de Pólvora Ipanema, controlada pela monarquia. Reivindicavam melhorias nas condições de trabalho, incluindo diárias e dieta alimentar. No Rio de Janeiro, em abril de 1833, um levante numa caldeiraria trouxe apreensão quando os escravos enfrentaram a força policial, sucedendo tiros e mortes. Em 1854, Joaquim da Rocha Paiva foi testemunha e vítima da ação coletiva dos seus escravos. Tudo aconteceu na terça-feira, 5 de setembro. Foi na Fábrica de Velas e Sabão, sua propriedade na Gamboa. Um grupo de escravos "armados de achas de lenhas e facas" paralisou as atividades e reivindicou sua imediata venda para outro senhor. A decisão deles — ao que parece — não tinha motivo declarado. Há informações de que Rocha Paiva tentou negociar, propondo discutir o assunto no dia seguinte, enquanto alegava ser tarde da noite. Crioulos e africanos, na sua resposta, dirigiram-se ao proprietário "em tom alto". Esclareceram "que não queriam esperar por que aquilo era negócio de ser decidido logo". A decisão final do proprietário apareceu não num acordo, mas sim na rápida repressão policial de quase cem homens, que assustou os moradores da Corte, e chamou a atenção da imprensa. Chegando a força policial à fábrica, os escravos se entregaram às autoridades sem opor resistência. Talvez julgassem que, sendo presos, ficariam todos juntos, afastados daquela fábrica por algum tempo e depois poderiam ser vendidos, como desejavam. Em 1858, na rua da Saúde, um outro grupo de escravos que trabalhava num armazém de café se insurgiu contra seu proprietário, Manuel Ferreira Guimarães. Igualmente, paralisaram o trabalho e se fizeram ouvir: neste caso, não queriam ser vendidos. Sabedores das dificuldades financeiras de seu senhor com o armazém, os escravos não concordavam em ser vendidos, talvez prevendo que seu destino poderia ser as fazendas de café no interior da província. Experientes no trabalho urbano, rejeitavam a venda para as áreas rurais. Permanecer na cidade poderia significar não simplesmente ficar longe dos cafezais, mas manter arranjos familiares e laços de amizade. Queriam permanecer juntos. Por causa disso o armazém parou. Como resultado, os escravos sofreram represália imediata: foram levados para a Casa de Detenção. Quando deixamos de lado a grève e mito do imigrante radical e nos dedicamos, em seguida, à pesquisa, encontramos paredes feitas por trabalhadores escravos ou trabalhadores livres nascidos e crescido em solo nativo. Desse modo alargamos nossa visão e percebemos outras formas de protesto dos trabalhadores. Antes da grève,a parede dos escravos conseguia pressionar por melhores condições enquanto suspendia, temporariamente, os serviços; negociando também o retorno ao trabalho. Por isso mesmo, algumas fugas — inclusive as escapulidas curtas e individuais — eram eficazes como forma de negociação entre senhores e escravos. Aqui e ali, sumindo pelas falhas do sistema, mas deixando suas pistas em anúncios de jornal pagos por senhores que reclamavam o seu retorno, os cativos fugiam. Em tais anúncios, havia informações, que eram fornecidas pelos senhores, sobre a identidade e os costumes dos escravos em fuga (sinais e marcas específicas, os seus hábitos, possíveis paradeiros). Revela-se, assim, a mútua percepção de poderes, deveres e estratégias, senhoriais e escravas, de controle e protesto. Quando calculavam que era hora de parar de trabalhar, os escravos fugiam. Eram, às vezes, escapadas que duravam dias, ou um final de semana. Mesmo provisórias, eram cheias de tensões, castigos, concessões e riscos (para senhores e escravos). Era comum proprietários esperarem alguns dias para anunciar fugidos ou contratar capitães do mato. Tempo suficiente para que alguns fujões voltassem apadrinhados por senhores influentes e vizinhos de seus sinhôs. A um padrinho cabia interceder invocando generosidade e tolerância. Se possível, o escravo ganhava o que desejava: uma melhoria nas condições do cativeiro. No mínimo, o escravo que regressava queria evitar castigos ou vinganças. Políticas dos senhores e políticas dos escravos acabam assim redefinidas: uma relação até pouco tempo atrás bem pouco conhecida. Episódios aparentemente sem maior expressão como fugas temporárias, bebedeiras, desordens, ofensas físicas talvez escondam aspectos decisivos da cultura escrava, guardando expectativas relacionadas ao ritmo do trabalho, ao controle senhorial, à disciplina e ao lazer. Em épocas que antecediam as festas religiosas, aumentava a incidência das fugas. No emaranhado da polêmica definição sobre a criminalidade escrava, podemos ver a gestação de uma identidade grupal coletiva. Numa amostra de cativos recolhidos na Casa de Detenção em 1863, podemos verificar, entre suas motivações, a prisão tanto "a pedido" quanto por "insubordinar-se", ou mesmo "queixar-se". Estamos, talvez, diante da formação de uma cultura de classe urbana entre os escravos, haja vista o alto número de cativos domésticos, cozinheiros, lavadeiras etc. Podiam ser cativos que se insurgiam, no âmbito doméstico, contra seus senhores (e assim eram remetidos à Detenção). Mas também podiam ser cativos que procuravam as autoridades policiais para defender o costume de alguma relação de trabalho, que consideravam desrespeitado. A lavadeira crioula Ludovina, por exemplo, procurou as autoridades policiais três vezes no mesmo ano. No registro prisional feito, está marcado seu crime: "queixar-se". Reclamar, no caso de Ludovina, poderia ser a tentativa de protestar contra o seu senhor ou seus clientes. Isto era crucial, em particular no caso de escravos urbanos, muitos dos quais "ao ganho", isto é, aqueles que, por si mesmos, alocavam os seus serviços no mercado. E recebiam por isso, transferindo uma parte de seu ganho ao senhor, que nada fazia. Eram os carregadores, as quitandeiras e os vendedores ambulantes. Depois de trabalhar, tinham de dar ao seu senhor uma parte de seus ganhos. Entre aqueles presos por "queixar-se" (certamente acusados de insolentes), temos um grande número de mulheres lavadeiras. Incluindo africanos, índios, brasileiros e imigrantes, juntar as experiências de trabalhadores livres e escravos é o melhor caminho para contornar preconceitos. Podemos chamá-las de invenção da liberdade, num mundo marcado pela escravidão. GREVE NEGRA Com certeza, os motivos das queixas, protesto e negociação dos escravos iam além do ambiente e da lida domésticos. Estudando revoltas e movimentos sociais em Salvador, João Reis revelou uma greve de carregadores em 1857. Em resposta a mudanças legais que interferiram nas relações entre senhor e escravo e na forma de organização do trabalho, o que estava em jogo era uma intensa disputa com o poder público: o controle das práticas e costumes do trabalho urbano de escravos e libertos ao longo do século XIX pela administração municipal. Não por acaso, João Reis a chamou de "greve negra". Centenas de africanos "ao ganho" — a maior parte africanos ocidentais: os "nagôs" — paralisaram por duas semanas o porto e o setor de abastecimento e transporte. Lutavam não por salários nem pelo fim de castigos. Opunham-se a uma legislação que visava controlar sua lida, com dispositivos que interferiam na organização de seus espaços de trabalho — os cantos. Os grevistas se opunham à determinação da Câmara Municipal que exigia o uso de chapas de identificação individual. Estas, com certeza, foram vistas como mais uma estratégia de controle sobre seus costumes, seus valores, suas vidas, seu trabalho. Foram duas semanas de tensões e expectativas, com os senhores inclusive divididos. Amplamente acompanhada pela imprensa, a parede foi marcada pelo recuo das autoridades (2). PROTAGONISTAS NA LUTA DE TRABALHADORES Se havia greves antes da chegada dos imigrantes, também não foram um fenômeno urbano apenas. Na verdade, não só houve paralisações na área rural como também podiam dar continuidade a lutas anteriores, que prosseguiam sob novas formas — e em novas condições — sem para isso depender da militância de imigrantes europeus. Em Pernambuco (em 1919), mesmo submetidos a mais aguda exploração, os trabalhadores da zona açucareira sustentaram uma greve maciça. Ainda que não existam referências às suas identidades, eram descendentes de escravos e libertos, mestiços e negros. Sobre essa corajosa iniciativa, o jornal Clarté publicou a notícia "O trabalhador agrícola em Pernambuco". Nesta, afirmou que, embora detratado como indolente e estúpido, o trabalhador rural era "o primeiro fator das fortunas dos usineiros". A greve mostrou a força desses trabalhadores sofridos e humilhados. Trabalhavam em farrapos, tinham dívidas com o armazém dos engenhos, sua dieta alimentar era pobre e praticamente não recebiam assistência dos poderes públicos. Queriam jornada de oito horas de trabalho, aumento salarial, reconhecimento sindical e fim de punições. Os usineiros fecharam suas associações à mão armada (3). Fica claro assim que nem só de italianos viveram as primeiras lutas operárias do Brasil. Os negros vieram, antes de mais nada, para trabalhar e podiam possuir ou adquirir ofício. Eram vitais em seu local de trabalho, no campo ou na cidade. Sua rebeldia, igualmente, era crucial para mobilizações e protestos da classe trabalhadora. Além das manifestações culturais pelas quais são conhecidos (como a arte e a religiosidade), os trabalhadores negros e seus descendentes protagonizaram experiências de greve que, felizmente, são cada vez mais reveladas pela pesquisa histórica. Antonio Luigi Negro é historiador, professor associado do programa de pós-graduação em história da Universidade Federal da Bahia (UFBA). Flávio dos Santos Gomes é historiador, professor do Departamento de História da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. Hall, M. "Immigration and the early São Paulo working class". In: Jahrbuch für geschichte von staat, wirtschaft und gesellschaft Lateinamerikas, 12, 1975. 2. Reis, J. "A greve negra de 1857 na Bahia". In: Revista USP, 18, 1993. 3. Arquivo Edgard Leuenroth. "O trabalhador agrícola em Pernambuco". In: Clarté, 1, 1921, p. 21-23. Esta matéria encontra-se transcrita no livro de Michael Hall e Paulo Sérgio Pinheiro, A classe operária no Brasil. Vol. 2. São Paulo, Brasiliense, 1981. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA Castellucci, A. Industriais e operários baianos numa conjuntura de crise (1914-1921). Salvador, Fieb, 2004. Gomes, F. dos S. Histórias de quilombolas. Mocambos e comunidades de senzalas no Rio de Janeiro, século XIX. Rio de Janeiro, Arquivo Nacional, 1995. Mattos, M. B. Escravizados e livres: experiências comuns na formação da classe trabalhadora carioca. Rio de Janeiro, Bom Texto, 2008. Negro, A. L.; Gomes, F. dos S. "Além de senzalas e fábricas: uma história social do trabalho". In: Tempo Social. Revista de Sociologia da USP, 18, 1, 2006. Negro, A. L. "Rodando a baiana e interrogando um princípio básico do comunismo e da história social: o sentido marxista tradicional de classe operária". In: Revista Crítica Histórica, 5, 2012. Hall, M. "Entre a etnicidade e a classe em São Paulo". In: Carneiro, M. L. T.; Croci, F. (Org.).História do trabalho e histórias da imigração. Trabalhadores italianos e sindicatos no Brasil (séculos XIX e XX). São Paulo, Edusp, 2010. © 2016 Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência Universidade Estadual de Campinas Labjor - Reitoria V - 3º Piso CEP: 13083 - 970 Campinas SP Brasil Tel: (19) 3521-2585/84/86 Fax: (19) 3521-2589 Tel: (19) 3289 3120 / 3788 7165 Fax: (19) 3788 7857 cienciaecultura@sbpcnet.org.br

segunda-feira, 20 de junho de 2016

20 DE JUNHO - DIA MUNDIAL DO REFUGIADO

Em todo o mundo, o Dia Mundial do Refugiado, celebrado em 20 de Junho, é uma oportunidade para celebrar a força, a coragem e a resistência das pessoas que foram forçadas a deixar suas casas e seus países por causa de guerras, perseguições e violações generalizadas de direitos humanos. O deslocamento forçado devido a conflitos atingiu níveis recordes no mundo e está acelerando rapidamente. O Brasil se insere neste contexto e registra também um número recorde de refugiados reconhecidos e de solicitantes de refúgio. O país abriga cerca de 8 mil refugiados de 81 nações diferentes, além de ter recebido 12 mil solicitações de refúgio durante o ano de 2014. Dos quase 60 milhões de pessoas deslocadas em todo o mundo, 52% são jovens e crianças com menos de 18 anos de idade. Por isso, este ano o ACNUR, (O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados, com a sigla ACNUR em português e UNHCR em inglês, é um órgão das Nações Unidas. Criado pela Resolução n.º 428 da Assembleia das Nações Unidas, em 14 de dezembro de 1950), tem como missão dar apoio e proteção a refugiados de todo o mundo.com o apoio da marca de roupa e malas Totto, lança a campanha “A Volta ao Mundo em uma Mochila”. Uma mochila gigante viajará por diversos países das Américas, incluindo o Brasil, coletando brinquedos e mensagens de apoio às crianças refugiadas, deslocadas internas e apátridas. Seu destino final é a Jordânia, onde os presentes serão entregues para crianças refugiadas do conflito na Síria. A #mochilaviajante terá um dispositivo de vídeo para registrar o momento em que as crianças – refugiadas e não refugiadas – gravem suas mensagens e façam suas doações.

domingo, 19 de junho de 2016

19 de junho: Dia Mundial de Conscientização da Doença Falciforme

A Assembleia Geral das Nações Unidas estabeleceu o dia 19 de junho como o Dia Mundial de Conscientização sobre a Doença Falciforme, com o objetivo de dar visibilidade e reduzir as taxas de morbidade e mortalidade da doença. Apesar de existirem cerca de 60 mil pessoas no Brasil vivendo com Doença Falciforme, poucas pessoas conhecem ou já ouviram falar sobre ela. A Doença Falciforme (DF) é genética e hereditária, caracterizada por uma alteração nos glóbulos vermelhos do sangue (hemácias). Na pessoa com DF, em período de crise, a hemácia modifica o seu formato: de arredondada para o formato de foice, o que acaba dificultando a circulação de oxigênio nos tecidos. Os principais sinais da doença são dores crônicas, infecções e icterícia, e ocorrem já no primeiro ano de vida. Apesar de particularidades que as distinguem e de graus variados de gravidade, as diferentes formas da Doença Falciforme caracterizam-se por numerosas complicações que podem afetar quase todos os órgãos e sistemas, com expressiva morbidade, redução da capacidade de trabalho e da expectativa de vida, necessitando de identificação e tratamento precoce. Identificada precocemente na triagem neonatal, no teste do pezinho, na Atenção Básica, o exame de eletroforese de hemoglobina que identifica a doença, também é preconizado para todas as gestantes pela Rede Cegonha, e na triagem de doadores de sangue. Entretanto, a partir do 4º mês de vida qualquer pessoa pode ter acesso ao exame. É crucial que o tratamento seja iniciado o mais cedo possível. Segundo o Programa Nacional de Triagem Neonatal – PNTN/MS, em 2015, foram diagnosticados 1.149 casos novos de doença falciforme e 65.796 heterozigotos para Hemoglobina S (traço falciforme). Apenas 20% destas crianças atingem os cinco anos de idade caso não recebam o devido tratamento. Toda a medicação necessária para minimizar as complicações da doença, e melhorar a qualidade de vida dessas pessoas, é oferecida pelo Sistema Único de Saúde (ácido fólico, analgésicos, antinflamatórios e antibióticos). Através de compra centralizada, o Ministério da Saúde disponibiliza a penicilina oral, medicamento usado para evitar possíveis infecções oportunistas, e que deve ser tomado todos os dias, até os cinco anos de vida. O exame preventivo de Dopller Trancraniano que identifica o risco de AVC em pessoas com DF, de 02 a 17 anos, também é ofertado na rede pública. Todos os estados brasileiros possuem pelo menos um centro especializado para atender a pessoa com doença falciforme que deve ser matriculada em um programa de atenção integral. Atualmente, o SUS passou a realizar o transplante de medula óssea para pessoas com DF até 16 anos e que atendam aos critérios clínicos. A busca por visibilidade à Doença Falciforme foi uma luta do movimento negro e pelas pessoas com a doença, organizadas em associações. A predominância da doença é maior entre pretos e pardos, mas não é exclusiva desse grupo populacional. Links úteis e mais informações: Política Nacional de Atenção Integral às Pessoas com Doença Falciforme: Portaria n° 1.391 MS/GM. PDF do guia “Doença Falciforme: diretrizes básicas da linha de cuidado” Biblioteca Virtual em Saúde NUPAD Aline Czezacki, para o Blog da Saúde. Com informações da Coordenação-Geral de Sangue e Hemoderivados do Ministério da Saúde (MS).

sábado, 18 de junho de 2016

Dia Internacional Nelson Mandela

Por Por Rainer Sousa Graduado em História em 12 de Julho de 2013 Nelson Mandela O líder sul-africano Nelson Mandela foi um dos mais importantes sujeitos políticos atuantes contra o processo de discriminação instaurado pelo apartheid, na África do Sul, e se tornou um ícone internacional na defesa das causas humanitárias. Nascido em 18 de julho de 1918, na cidade de Transkei, Nelson Rolihlahla Mandela era filho único do casal Henry Mgadla Mandela e Noseki Fanny, que integrava uma antiga família de aristocratas da casa real de Thembu. Mesmo após ter suas posses e privilégios retirados pela ingerência da Coroa Britânica na região, a família viveu um período de tranquilidade, até quando Henry Mgadla faleceu inesperadamente, em ano de 1927. Com essa reviravolta em sua vida familiar, a mãe de Mandela se viu obrigada a deixar seu unigênito sob os cuidados de Jongintaba Dalindyebo, parente da família que tinha condições de zelar pela vida e a educação de Nelson Mandela. Nesse período de sua vida, o jovem Mandela teve oportunidade de ter uma ampla formação educacional influenciada pelos valores de sua própria cultura e da cultura européia. Com isso, o futuro ativista político conseguiu discernir como o pensamento colonial se ocupava em dizer aos africanos que eles deveriam se inspirar nos “ditames superiores” da cultura do Velho Mundo. Após passar pelas melhores instituições de ensino da época, o bem educado rapaz chegou à Universidade de Fort Hare. No ambiente universitário, Mandela teve oportunidade de tomar conhecimento da luta contra o apartheid promovida pelo Congresso Nacional Africano (CNA). Entretanto, antes de lutar contra o problema social que tomava seu país, Nelson Mandela se voltou contra as tradições de seu próprio povo ao não se sujeitar a um casamento arranjado. Mediante o impasse, o jovem se refugiou na cidade de Johannesburgo, onde trabalhou em uma imobiliária e, logo em seguida, em um escritório de advocacia. Vivendo nesta cidade, Mandela aprofundou ainda mais seu envolvimento com as atividades do CNA e deu continuidade aos seus estudos no campo do Direito. No ano de 1942, com o apoio de companheiros como Walter Sisulu e Oliver Tambo, fundou a Liga Jovem do CNA. Na década de 1950, os ativistas aliados à Mandela resolveram realizar uma grande manifestação de desobediência civil onde protestavam contra as políticas segregacionistas impostas pelo governo do Partido Nacional. Essa grande manifestação política resultou na elaboração da Carta da Liberdade, importante documento de luta onde a população negra oficializava sua indignação. Em 1956, as autoridades prenderam Nelson Mandela e decidiram condená-lo à morte pelo crime de traição. No entanto, a repercussão internacional de sua prisão e julgamento serviram para que o líder ficasse em liberdade. Depois disso, Mandela continuou a conduzir os protestos pacíficos contra a ordem estabelecida. Em março de 1960, um trágico episódio incitou Nelson Mandela a rever seus meios de atuação política. Naquele mês, um protesto que tomou conta das ruas da cidade de Sharpeville resultou na morte de vários manifestantes desarmados. Depois disso, Nelson Mandela decidiu se empenhar na formação do “Lança da Nação”, um braço armado do CNA. Naturalmente, o governo segregacionista logo saiu em busca dos líderes dessa facção e, em 5 de agosto de 1962, Mandela foi mais uma vez preso. Após enfrentar um processo judicial, Mandela foi condenado à prisão perpétua, pena que cumpriria em uma ilha penitenciária localizada a três quilômetros da cidade do Cabo. Nos vinte e sete anos seguintes, Mandela, o preso “466/64”, ficou alheio ao mundo exterior e vivia o desafio de esperar pelo tempo em sua cela. Nessa época, consolidou uma inesperada amizade com James Gregory, carcereiro da prisão que se impressionou com os valores e a dignidade de seu vigiado. Nesse meio tempo, após a desarticulação do movimento antiapartheid, novos movimentos de luta surgiram e a comunidade internacional se mobilizou contra a sua prisão. Somente em 1990 – sob a tutela do governo conciliador do presidente Frederik Willem de Klerk – Nelson Mandela foi liberto e reconduziu o processo que deu fim ao apartheid na África do Sul. Em 1992, as leis segregacionistas foram finalmente abolidas com o apoio de Mandela e Willem de Klerk. No ano seguinte, a vitória política lhe concedeu o prêmio Nobel da Paz e, em 1994, foram organizadas as primeiras eleições multirraciais da África do Sul. A vitória eleitoral de Nelson Mandela iniciou o expurgo das práticas racistas do Estado africano e rendeu grande reconhecimento internacional à Mandela. Depois de cumprir mandato, em 1999, Mandela atuou em diversas causas humanitárias. Ainda hoje, o líder sul-africano exerce grande papel na luta contra a AIDS.

sexta-feira, 17 de junho de 2016

Dia Internacional da Criança Africana

Próximo Dia Internacional da Criança Africana 16 de Junho de 2017 (Sexta-feira) O Dia Internacional da Criança Africana celebra-se a 16 de junho. Comemorado 15 dias depois do Dia Mundial da Criança, o Dia Internacional da Criança Africana chama a atenção para a realidade de milhares de crianças africanas que todos os dias são vítimas de violência, exploração e abuso. Este dia é celebrado a 16 de junho já que foi neste dia, em 1976, que se registou o massacre do Soweto, em Joanesburgo, na África do Sul. Milhares de estudantes saíram à rua em protesto contra a fraca qualidade de ensino e contra o ensino da língua Afrikaans (usada apenas pela minoria branca do país) e não da sua língua materna. A manifestação, que se queria pacífica, acabou por ser alvo de repressão policial e por resultar em semanas de motins, com centenas de mortos, sobretudo crianças e adolescentes. É em memória das crianças africanas mortas a 16 de junho de 1976 e em prol das crianças africanas do presente e do futuro que se instituiu em 1991 o Dia Internacional da Criança Africana. Todos os anos este dia merece a atenção da UNICEF e de outras organizações mundiais que organizam eventos variados tendo em vista a defesa dos direitos da criança em África e no mundo.

sábado, 11 de junho de 2016

CALENDÁRIO NEGRO MÊS JUNHO

01 – Inauguração do Memorial Zumbi dos Palmares, em Volta Redonda, RJ. O Memorial Zumbi dos Palmares, projetado e assinado pelo Arquiteto Selso Dal Bello, foi inaugurado em 01/06/1990 para ser um centro cultural destinado a resgatar os valores da cultura africana e promover ações afirmativas. Nele são realizadas as atividades culturais e esportivas, como dança afro e capoeira, além de encontros e seminários promovidos pelo movimento negro da região. No local, existe uma estátua do Zumbi dos Palmares, construído em aço projetado pelo artista plástico Rogero Manson. No local também pode ser admirado um painel com motivos da cultural afro, de incomparável beleza, de autoria do artista plástico da região sul-fluminense, professor Clécio Penedo. No salão tem exposições, também se pode ver um interessante trabalho fotográfico sobre os quilombos de Santa Isabel do Rio Preto e Quatis, de autoria do fotógrafo e estudioso da cultura afro, André Sodré. O memorial foi tombado pelo Decreto Municipal n° 4.317 de 29/12/92. Fonte: http://www.portalvr.com/smc/index.php/espacos-culturais/memorial-zumbi 05 – Dia Mundial do Meio Ambiente, criado pela Resolução nº 2.994, da Assembleia Geral da ONU, em 1972. 10 – Morre o Jamaicano Marcus Garvey, mentor do Pan-Africanismo, em 1940. Completou-se 65 anos da morte do líder Marcus Mosiah Garvey, considerado um dos pais do Pan Africanismo. O caçula de 11 irmãos nasceu em Saint Ann Bay, Jamaica, no dia 17 de agosto de 1887. Seu drama já começa cedo, tendo que conviver com a morte de 9 de seus irmãos, devido às condições socioeconômicas da família. Apesar de ser considerado ótimo aluno na escola elementar de Saint Ann Bay, sua vida, tem um impulso quando seu padrinho, Alfred Burrowes, proprietário de uma pequena gráfica, começa a dar aulas particulares e ceder livros para sua formação intelectual. Outra grande influência é de seu pai, um membro da maçonaria jamaicana, que também tem sua pequena biblioteca, frequentada pelo filho quase que diariamente. A infância de Marcus foi simples para padrões da Jamaica. Nadava e praticava esportes com garotos de sua idade. Mas aos 14 anos acaba se apaixonando por uma vizinha da mesma idade e a proibição da família dela de que mantenham os laços, através de correspondências, o marca profundamente como o primeiro ato de discriminação. Na mesma época, Garvey inicia-se na vida profissional como aprendiz de gráfico. Aos 19 anos, Marcus vai tentar a vida na grande cidade de Kingston onde passa a trabalhar na empresa P.A. Benjamin Limitad. Devido ao seu desempenho, no ano seguinte já é promovido a impressor e contramestre. Mas sua consciência critica o leva participar em 1908 de sua primeira greve. É demitido e nenhuma outra gráfica, num acordo informal – o contrata. Só consegue emprego numa gráfica pertencente ao governo jamaicano. O militante negro começou sua carreira de jornalista através do jornal Watchman e depois escreve para o respeitado National Club Of Jamaica. No ano de 1910, Marcus tem sua primeira chance de viajar para o exterior, indo para Costa Rica, como fiscal de plantações de banana. No campo, percebeu as péssimas condições de vida dos trabalhadores negros. Sua indignação aumentou ao visitar a Guatemala, Panamá, Nicarágua, Equador, Chile e Peru onde trabalhadores de outras etnias eram explorados. Cansado de só assistir, Marcus, publica artigos nos jornais La Nacionale – Costa Rica e La Prensa no Panamá, mas sem obter repercussão. Ele é incompreendido nesses países e em sua terra natal. Dois anos depois Marcus muda-se para Londres, junto com sua irmã, Indiana, onde toma contato pela primeira vez, através dos emigrantes africanos, com a Arte e Cultura de diversas etnias da África. Também é na capital do império inglês, que o militante conhece noticias sobre a condição social dos afro americanos e o sistema de segregação vigente. Desse período a amizade que mais lhe influencia é a do nacionalista egípcio Duse Muhammad, autor do The African And Orient Review – que tem na proposta, a revisão na forma que a historia da África é contada até então. Também foi em Londres que tomou contato com a obra de Booker T. Washington – um dos pensadores do Movimento Pan Africano. Já de volta a Jamaica, no dia 1 de agosto, Marcus funda a Universal Negro Improvement Association – que ficou conhecida como UNIA – com o lema – Um Deus, Uma Inspiração, Um destino! A Organização Não Governamental tinha como objetivos; promover a consciência negra, lutar pelo desenvolvimento econômico da África, e incentivar a criação de estabelecimentos de ensino negros que ensinassem também línguas africanas. A sede humilde da entidade foi no numero 30 da Rua Charles, em Kingston. Depois a entidade se mudou para a Rua king, no prédio chamado Liberty Hall. Mas o sucesso não foi imediato, pois seus compatriotas negros, não acreditavam em suas idéias. Garvey respondia que eles queriam mesmo é continuar tentando serem reconhecidos como cidadãos brancos. Em 1916, Marcus parte para os Estados Unidos, para se encontrar com o seu considerado mentor, Booker Washington, que infelizmente devido a problemas de saúde, falece antes de reencontrar o pupilo. Mas em terras norte-americanas, Marcus passa a divulgar suas idéias em forma de palestras, viajando pelos Estados Unidos a convite de comunidades negras. Na terra dos ianques, a ONG UNIA aumenta seus filiados e subsedes, alcançando o numero de 1.100, em mais de 40 paises. Existiam escritórios da entidade nas Américas Central e do Sul e África. No Harlem, bairro pobre de Nova Iorque, ele publica pela primeira vez o jornal Negro World, com idéias revolucionárias de nacionalismo negro. O periódico chegou distribuir 50 mil exemplares por edição. Na influencia do Negro World, surgiram outras publicações nos Estados Unidos – The Daily Negro Times, The Blackman, The Jamaican e The Black Man Magazine. Ele escrevia “para cima, você raça poderosa, você pode realizar o que quiser”. No dia 18 de agosto de 1920, Marcus é eleito simbolicamente presidente provisório da África, onde ele aproveita a cerimônia para denunciar a situação de miserabilidade dos países africanos e das ex-colônias europeias na América. Mas Garvey era proibido de pisar nos países africanos ou em colônias ingleses, devido sua fama de revolucionário. Mesmo assim chega a redigir e divulgar uma Declaração Universal dos Direitos dos Negros. Era considerado um excelente orador, pregando o orgulho negro e o desenvolvimento econômico da África, com ajuda de todos afro-descendentes espalhados pelo mundo. Um conceito correspondente ao nacionalismo dos judeus que depois conseguiram fundar Israel, ocupando a Palestina. Garvey dizia “Somos descendentes de um povo sofrido”. Somos os descendentes de um povo decidido a não mais sofrer. Etiópia “é a terra de nossos pais”. Uma idéia defendida por rastafaris. Os seguidores de Marcus eram denominados garveistas, que defendia inclusive o questionamento da Bíblia Sagrada, alegando que há uma deturpação das escrituras sagradas do aramaico, quando descreve, Adão, Abrão e Jesus, como brancos. Até uma versão negra da bíblia foi editada – Holy Piby. Nos Estados Unidos, Garvey funda a Line Black Star – uma companhia de navios a vapor, que tinha uma linha entre Estados Unidos e Jamaica – destinada só para passageiros negros. O negocio se revelou rentável, movimentando em seu auge milhões de dólares e despertando inveja dos concorrentes. Mas em 1922 acabou falindo, num caso mal explicado de suposta fraude do correio e levando o líder para cadeia dois anos depois. Durante o julgamento ele dispensou ajuda do advogado, se encarregando sozinho de sua defesa judicial. Mas foi condenado em 1925, com a pena reduzida, pelo presidente Calvin Cooligde, em troca de sua deportação para a Jamaica. Esse evento acaba abalando sua reputação, e da UNIA, mas permanece em militância até sua morte em 1940, em Londres, de pneumonia, após dois derrames. Seu corpo é embalsamado e enterrado no cemitério Kendal Green. Somente em 1964 teve sue trabalho reconhecido na Jamaica, nomeado herói nacional, e seu corpo transladado e colocado no National Heroes Park. Desde 1980 é figura reconhecida na sala de heróis da Organização dos Estados Americanos. Hoje existem nos Estados Unidos e na Jamaica, prédios, faculdades e até ruas com seu nome. Prevendo o destino da luta negra após sua morte, Garvey disse “eu sou só o precursor de uma África acordada que deve nunca mais voltar a dormir”. Marco Antonio dos Santos, 35, militante negro, membro do Conselho Estadual de Desenvolvimento e Participação da Comunidade Negra de São Paulo. http://marconegro.blogspot.com.br/2005/06/marcus-mosiah-garvey,html? 16 – Dia Internacional de Solidariedade à Luta do Povo da África do Sul, instituído pela ONU, dado ao levante de Soweto, em 1976, quando estudantes foram massacrados por manifestarem-se contra a obrigação da língua africânder. 21 – Nasce, em 1930, Luiz Gama, jornalista, poeta e um dos gigantes da causa abolicionista, filho da africana nagô Luiza Mahin. Luiz Gonzaga Pinto da Gama nasceu no dia 21 de junho de 1830, no estado da Bahia. Era filho de um fidalgo português e de Luiza Mahin, negra livre que participou de diversas insurreições de escravos. Em 1840 foi vendido como escravo pelo pai para pagar uma dívida de jogo. Transportado para o Rio de Janeiro, foi comprado pelo alferes Antônio Pereira Cardoso e passou por diversas cidades de São Paulo até ser levado ao município de Lorena. Em 1847, quando tinha dezessete anos, Luiz Gama foi alfabetizado pelo estudante Antônio Rodrigues de Araújo, que havia se hospedado na fazenda de Antônio Pereira Cardoso. Aos dezoito anos fugiu para São Paulo. Em 1848 alistou-se na Força Pública da Província ou Corpo de Força da Linha de São Paulo, entidade na qual se graduou cabo e permaneceu até o ano de 1854 quando deu baixa por um incidente que ele classificou como “suposta insubordinação”, já que apenas se limitara a responder insulto de um oficial. Em 1850 casou-se e tentou frequentar o Curso de Direito do Largo do São Francisco – hoje denominada Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo. Por ser negro, enfrentou a hostilidade de professores e alunos, mas persistiu como ouvinte das aulas. Não concluiu o curso, mas o conhecimento adquirido permitiu que atuasse na defesa jurídica de negros escravos Na década de 1860 destacou-se como jornalista e colaborador de diversos periódicos progressistas. Projetou-se na literatura em função de seus poemas, nos quais satirizava a aristocracia e os poderosos de seu tempo. Hoje, é reconhecido como um dos grandes representantes da segunda geração do romantismo brasileiro, mas na época enfrentou a oposição dos acadêmicos conservadores.. Luiz Gama foi um dos maiores líderes abolicionistas do Brasil. Sempre esteve engajado nos movimentos contra a escravidão e a favor da liberdade dos negros. Em 1869, fundou com Rui Barbosa o Jornal Radical Paulistano. Em 1880 foi líder da Mocidade Abolicionista e Republicana. Devido a sua luta a favor da libertação dos escravos era hostilizado pelo Partido Conservador e chegou a ser demitido do cargo de amanuense por motivos políticos. Nos Tribunais, usando de sua oratória impecável e seus conhecimentos jurídicos, conseguiu libertar mais de 500 escravos, algumas estimativas falam em 1000 escravos. As causas eram diversas, muitas envolviam negros que podiam pagar cartas de alforria, mas eram impedidos pelos seus senhores de serem libertos, ou que haviam entrado no território nacional após a proibição do tráfico negreiro em 1850. Luiz Gama também ganhou notoriedade por defender que ao matar seu senhor, o escravo agia em legítima defesa. Faleceu em 24 de agosto de 1882 e foi sepultado no Cemitério da Consolação, na presença de 3.000 pessoas numa São Paulo de 40.000 habitantes. O poeta Raul Pompéia (1863-1895) imortalizou Luiz Gama e seus feitos escrevendo na ocasião: "(...) não sei que grandeza admirava naquele advogado, a receber constantemente em casa um mundo de gente faminta de liberdade, uns escravos humildes, esfarrapados, implorando libertação, como quem pede esmola; outros mostrando as mãos inflamadas e sangrentas das pancadas que lhes dera um bárbaro senhor; outros... inúmeros. E Luís Gama os recebia a todos com a sua aspereza afável e atraente; e a todos satisfazia, praticando as mais angélicas ações, por entre uma saraivada de grossas pilhérias de velho sargento. Toda essa clientela miserável saía satisfeita, levando este uma consolação, aquele uma promessa, outro a liberdade, alguns um conselho fortificante. E Luís Gama fazia tudo: libertava, consolava, dava conselhos, demandava, sacrificava-se, lutava, exauria-se no próprio ardor, como uma candeia iluminando a custa da própria vida as trevas do desespero daquele povo de infelizes, sem auferir uma sobra de lucro...E, por essa filosofia, empenhava-se de corpo e alma, fazia-se matar pelo bom...Pobre, muito pobre, deixava para os outros tudo o que lhe vinha das mãos de algum cliente mais abastado." Fonte: http://institutoluizgama.org.br/portal/index.php?option=com_content&view=section&layout=blog&id=6&Itemid=41 21 – Nasce Machado de Assis, o maior romancista brasileiro, fundador da Academia Brasileira de Letras. Machado de Assis nasceu em 21 de junho de 1839, no Morro do Livramento, no Rio de Janeiro, então capital do Império, em pleno Período Regencial. Seus pais foram Francisco José de Assis, um mulato que pintava paredes, filho de escravos alforriados e Maria Leopoldina da Câmara Machado, lavadeira portuguesa dos Açores. Ambos eram agregados da Dona Maria José de Mendonça Barrozo Pereira, esposa do falecido senador Bento Barroso Pereira, que abrigou seus pais e os permitiu morar junto com ela. As terras do Livramento eram ocupadas pela chácara da família de Maria José e já em 1818 o terreno começou a ser loteado de tão imenso que era, dando origem à Rua Nova do Livramento. Maria José tornou-se madrinha do bebê e Joaquim Alberto de Sousa da Silveira, seu cunhado, tornou-se o padrinho, de modo que os pais de Machado resolveram homenagear os dois nomeando-o com seus nomes. Nascera junto a ele uma irmã, que morreu jovem, aos 4 anos, em 1845. Iniciou seus estudos numa escola pública da região, mas não se mostrou interessado por ela. Ocupava-se também em celebrar missas, o que lhe fez conhecer o Padre Silveira Sarmento, que, segundo certos biógrafos, se tornou seu mentor de latim e amigo. Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Machado_de_Assis 24 – Nasce, em 1890, João Cândido, o “Almirante Negro”, líder da Revolta da Chibata. Por Ana Paula de Araújo João Cândido Felisberto nasceu no Rio Grande do Sul, no dia 24 de Junho de 1880. Seus pais eram escravos, ele desde pequeno costumava acompanhar seu pai quando este viajava conduzindo o gado. João Cândido começou sua participação política cedo, aos 13 anos apenas, quando lutou a serviço do governo na Revolução Federalista do Rio Grande do Sul, no ano de 1893. Com 14 anos se alistou no Arsenal de Guerra do Exército e com 15 entrou para a Escola de Aprendizes Marinheiros de Porto Alegre. Cinco anos depois foi promovido a marinheiro de primeira classe e com 21 anos, em 1903, foi promovido a cabo de esquadra, tendo sido depois novamente rebaixado a marinheiro de primeira classe por ter introduzido no navio um jogo de baralho. Serviu na Marinha do Brasil por 15 anos, tempo durante o qual viajou por este e outros países. Participou e comandou a Revolta dos Marinheiros do Rio de Janeiro (Revolta da Chibata) no ano de 1910, movimento que trouxe benefícios aos marinheiros, com o fim dos castigos corporais na Marinha, mas que trouxe prejuízos a João Cândido, que foi expulso e renegado, vindo a trabalhar como timoneiro e carregador em algumas embarcações particulares, sendo depois demitido definitivamente de todos os serviços da Marinha por intervenção de alguns oficiais. No ano de 1917, ano em que sua primeira esposa faleceu, começou a trabalhar como pescador para sustentar a família, vivendo na miséria até os seus últimos dias de vida. Casou-se novamente, mas sua segunda esposa cometeu suicídio no ano de 1928. Dez anos depois a tragédia voltaria a acontecer, mas desta vez com uma de suas filhas. Ao todo foram três casamentos, tendo o último durado até o fim de sua vida, dia 06 de Dezembro de 1969. Atuou na política durante toda a sua vida. Durante o governo de Vargas teve contato com o líder da Ação Integralista Brasileira (AIB) e com o Partido Comunista, chegou a ser preso por suspeita de relacionamento com os integrantes da Aliança Liberal e até o fim da sua vida continuou sendo “vigiado” pelas autoridades, sendo acusado de subversivo. O “Almirante Negro”, como João Cândido ficou conhecido, morreu aos 89 anos e teve ao todo 11 filhos ao longo dos três casamentos. Faleceu na cidade de São João do Meriti, no Rio de Janeiro. Fonte: http://www.infoescola.com/biografias/joao-candido/ 25 – Independência de Moçambique, em 1975. 25 – Fundação da Frente de Libertação de Moçambique, (FRELIMO), e 1962. 26 – Independência da Somália, em 1960. 26 – Dia Internacional de Apoio às Vítimas de Tortura, instituído pela ONU, em 26 de junho. A data foi instituída pela Organização das Nações Unidas em 1997, sendo realizada no mesmo dia em que foi assinada a Convenção contra a Tortura, criada em 26 de junho de 1987, por parte dos Estados-membros da Organização. O objetivo da data é, além de apoiar as vítimas dessa repulsiva prática, combater a execução de atos de tortura por parte dos órgãos repressivos dos Estados. Segundo Ban Ki-moon, Secretário-Geral da ONU, em seu discurso referente à data em 2012, “todos os dias, mulheres, homens e crianças são torturadas ou maltratadas com a intenção de destruir sua dignidade e seu sentimento de valor humano. Em alguns casos, isto faz parte de uma política de Estado para fomentar o medo e intimidar a população”. Nesse sentido, uma das principais ações com a instituição dessa data é criar condições de amparo solidário, material e psicológico às vitimas de torturas e maus-tratos, principalmente através de apelos para que os Estados se prontifiquem a atuar para a erradicação dessa prática. Apesar de ser combatida, a tortura é praticada em diversos países, inclusive, em alguns casos, ela é aplicada sistematicamente como política repressiva e de investigação. No caso específico da América do Sul, ela foi adotada por todos os regimes comandados por militares durante o século XX. Um dos principais difusores dessas práticas foram as Forças Armadas Brasileiras, que ensinaram diversas técnicas de tortura às demais forças militares estatais da América do Sul, com o objetivo de exterminar as forças políticas opositoras a esses regimes. Atualmente, a tortura ainda é uma medida de obtenção de confissões comumente adotada em delegacias e batalhões militares, evidenciando que essa prática ainda não está extinta no país. Frente a todas essas situações, a lembrança e o combate que estão revestidos na proclamação do Dia Internacional de Apoio às Vítimas de Tortura ainda se fazem necessários, até que práticas que ataquem a integridade física e a dignidade psicológica das pessoas não se façam mais presentes. Fonte: http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/datas-comemorativas/dia-internacional-apoio-as-vitimas-tortura.htm 26 – Morre Tobias Barreto, na cidade de Recife, em 1889. Tobias Barreto (1839-1889) foi filósofo, escritor e jurista brasileiro. Foi o líder do movimento intelectual, poético, crítico, filosófico e jurídico, conhecido como Escola do Recife, que agitou a Faculdade de Direito do Recife. Patrono da cadeira nº 38 da Academia Brasileira de Letras. Tobias Barreto (1839-1889) nasceu na Vila de Campos do Rio Real, hoje Tobias Barreto, no estado de Sergipe, no dia 7 de junho de 1839. Filho de Pedro Barreto de Menezes e de Emerenciana Barreto de Menezes. Iniciou os estudos em sua cidade natal. Em 1861 mudou-se para a Bahia, ingressou no seminário, não se adaptou, passou só uma noite. Mudou-se para uma república de amigos em Salvador. Estudou filosofia e matérias preparatórias. Quando o dinheiro acabou, voltou para Vila de Campos. Viveu alguns anos lecionando Latim em Itabaiana, Sergipe. Em 1863 mudou-se para o Recife, com o objetivo de ingressar na Faculdade de Direito. O ambiente na cidade era muito intelectualizado e dominado pelos estudantes do curso jurídico. Entre os alunos estavam Rui Barbosa, Joaquim Nabuco e Castro Alves, que se tornou seu amigo. Se submeteu ao concurso para ensinar Latim no Ginásio Pernambucano, ficando em segundo lugar. Em 1867 concorreu para a vaga de professor de Filosofia no mesmo Ginásio, é classificado mas não é escolhido. Tobias Barreto procurava esquecer sua origem humilde, mas se achava descriminado pela cor da pele. Tentou casar com Leocádia Cavalcanti, mas não foi aceito pela família aristocrática da moça. Apaixonou-se por Adelaide do Amaral, artista portuguesa e casada. Declamava versos cheios de amor e mantinha duelos poéticos com Castro Alves. Casou-se com a filha de um dono de engenho e proprietário de terras da cidade de Escada. Depois de formado, passou dez anos morando na pequena cidade pernambucana, na zona açucareira. Dedicou-se à advocacia. Foi eleito para a assembleia Provincial de Escada. Mantinha um jornal, no qual imprimiu vários livros. A sua contribuição filosófica e científica foi de grande importância, uma vez que contestou as linhas gerais do pensamento jurídico dominante e tentou fazer um entrosamento entre a filosofia e o direito, propagando os estudos de Darwin e de Haeckel. Apesar de ter vivido até as vésperas da República, não se envolveu nos movimentos republicanos. Voltou para o Recife, onde passou a lecionar na Faculdade de Direito. Hoje a Faculdade é consagrada como "A Casa de Tobias". Tobias Barreto de Meneses morreu no Recife, Pernambuco, no dia 26 de junho de 1889. Fonte: https://www.ebiografia.com/tobias_barreto/ 28 – Dia Mundial do Orgulho Gay Rebelião de Stonewall foi uma série de violentas manifestações espontâneas de membros da comunidade LGBT contra uma invasão da polícia, que aconteceu nas primeiras horas da manhã de 28 de junho de 1969, no Stonewall Inn, localizado no bairro Greenwich Village de Manhattan, Nova York, Estados Unidos. Os motins são amplamente considerados como o evento mais importante que levou ao movimento moderno de libertação gay e à luta pelos direitos LGBT no país. Os homossexuais estadunidenses das décadas de 1950 e 1960 enfrentavam um sistema jurídico anti-homossexuais. Os primeiros grupos homófilos do país tentavam provar que os gays poderiam ser assimilados pela sociedade e que apoiavam um sistema educacional não-confrontacional para homossexuais e heterossexuais igualmente. Os últimos anos da década de 1960, no entanto, foram muito controversos, visto que muitos movimentos sociais estavam ativos ao mesmo tempo, como o movimento dos direitos civis dos negros nos Estados Unidos, a contracultura dos anos 1960 e as manifestações contra a guerra do Vietnã. Estas influências, juntamente com o meio ambiente liberal da região de Greenwich Village, serviram como catalisadores para as revoltas de Stonewall. Muito poucos estabelecimentos recebiam pessoas abertamente homossexuais nos anos 1950 e 1960. Aqueles que faziam isto eram frequentemente bares, embora os donos e gerentes raramente fossem gays. Na época, o Stonewall Inn era propriedade do grupo mafioso Cosa Nostra Americana. Ele recebia uma grande variedade de clientes e era conhecido por ser popular entre as pessoas mais pobres e marginalizados da comunidade gay: drag queens, transgêneros, homens efeminados jovens, lésbicas masculinizadas, prostitutos e jovens sem-teto. As batidas policiais em bares gays eram rotina na década de 1960, mas os oficiais rapidamente perderam o controle da situação no Stonewall Inn. Eles atraíram uma multidão que foi incitada à revolta. As tensões entre a polícia de Nova York e os residentes homossexuais de Greenwich Village irromperam em mais protestos na noite seguinte e, novamente, em várias noites posteriores. Dentro de semanas, os moradores do bairro rapidamente organizaram grupos de ativistas para concentrar esforços no estabelecimento de lugares que gays e lésbicas pudessem frequentar sem medo de serem presos. Depois dos motins de Stonewall, gays e lésbicas em Nova York ainda enfrentaram obstáculos geracionais e de gênero, raça e classe social para se tornar uma comunidade coesa. Dentro de seis meses, duas organizações ativistas gays foram formadas em Nova York, concentrando-se em táticas de confronto, e três jornais foram estabelecidos para promover os direitos para gays e lésbicas. Dentro de alguns anos, várias organizações de direitos gays foram fundadas em todos os Estados Unidos e no resto do mundo. Em 28 de junho de 1970, as primeiras marchas do orgulho gay aconteceram em Nova York, Los Angeles, São Francisco e Chicago, em comemoração ao aniversário dos motins. Marchas semelhantes foram organizadas em outras cidades. Hoje, os eventos do orgulho LGBT são realizados anualmente em todo o mundo, geralmente no final de junho, para marcar as revoltas de Stonewall. Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Rebeli%C3%A3o_de_Stonewall

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