segunda-feira, 7 de agosto de 2023

10 invenções que não existiriam se não fossem por mulheres negras

Publicação que viralizou nas redes nos faz lembrar que, sem elas, não teríamos acesso à tecnologia do GPS, filmes 3D ou GIFs • LARISSA LOPES 25 JUN 2020 - 11H23 ATUALIZADO EM 27 SET 2021 - 19H39 + Após viralizar no Instagram e no Twitter, somando mais de 300 mil curtidas nas redes, uma publicação mostrou o quão importante foi o papel de mulheres negras para a invenção de objetos e tecnologias que usamos diariamente. De filmes 3D a sistemas de segurança, não faltam exemplos de notáveis contribuições deixadas por cientistas, inventoras e empresárias negras. Conheça algumas invenções: 1. GPS Se hoje você pode se localizar com facilidade no trânsito, é porque a programadora norte-americana Gladys West (foto acima), nascida em 1930, deixou um grande legado para a tecnologia. Nascida em 1930 e vinda de uma família de trabalhadores agrícolas, West era uma aluna brilhante e, graças ao seu desempenho escolar, conseguiu uma bolsa de estudos na Universidade da Virgínia, formando-se mais tarde em matemática. Gladys West Foi a segunda mulher negra a trabalhar na base naval de Dahlgren, onde atuou por 42 anos com localização espacial de satélites. Recebeu prêmios e foi nomeada diretora do projeto do primeiro satélite a fazer um mapeamentos dos oceanos via radar. 2. Filmes 3D A física Valerie Thomas patenteou tecnologia que originou filmes 3D ) A física Valerie Thomas foi a responsável por criar e patentear, em 1980, o transmissor de ilusão, dispositivo que simula a aparência tridimenssional de um objeto. A invenção foi e ainda é utilizada pela Nasa, agência espacial onde Thomas trabalhou entre 1964 e 1995 como analista de dados e gerente de projetos. 3. Condicionador Minissérie da Netflix homenageia Madam C.J. Walker, primeira milionária self made negra dos Estados Unidos (Foto: Wikimedia Commons) O cosmético que não pode faltar na lista de compras foi criado por Madam C.J. Walker, primeira mulher negra que enriqueceu por contra própria nos Estados Unidos. Por causa das dificuldades que enfrentava com o próprio cabelo, Walker teve a ideia de criar produtos especializados para o cabelo afro e acabou criando um império na indústria da beleza. Em março de 2020, a Netflix lançou uma série sobre sua vida e legado, protagonizada por Octavia Spencer, vencedora do Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante por seu papel em Histórias Cruzadas, de 2011. 4. Absorventes Vinda de uma família de inventores, Mary Beatrice Davidson Kenner patenteou o absorvente menstrual em 1956, mas nunca chegou a receber qualquer recompensa ou lucro sobre sua criação, já que sua patente logo expirou e se tornou domínio público. Outra invenção sua foi o suporte de rolo de papel higiênico, criado originalmente para facilitar o uso por pessoas com deficiência visual ou artrite. 5. Sistemas de segurança doméstico Moradora do Queens, em Nova York, Marie Van Brittan Brown não se sentia segura ao voltar para casa após longas jornadas de trabalho como enfermeira. Por isso, ela e seu marido, o eletricista Albert Brown, criaram o primeiro sistema de segurança doméstico, que, com quatro olhos-mágicos e uma câmera, permitia visualizar quem estivesse batendo à porta em um monitor. O sistema também contava com um botão de emergência para acionar autoridades caso algum incidente acontecesse. 6. Identificador de ligações e chamada em espera Shirley Ann Jackson recebendo do ex-presidente Barack Obama a Medalha Nacional de Ciências em 2014 Os dois recursos foram inventados graças às pesquisas da física Shirley Ann Jackson, a primeira mulher afro-americana a concluir um doutorado em física no Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT). As tecnologias foram desenvolvidas ao longo de seus estudos sobre telecomunicações na antiga AT&T Bell Laboratories. 7. Calefação central Muito utilizada em países com inverno rigoroso, a calefação central é fundamental para manter residências aquecidas, e foi patenteada por Alice H. Parker em 1919. Entre as vantagens do sistema estavam a praticidade de não ter que estocar madeira para fazer uma lareira, a propagação do calor por todo o ambiente através de ductos, a rapidez do aquecimento e maior segurança para a casa, reduzindo riscos de incêndio. 8. Tábua de passar roupa Esta é a invenção de uma das primeiras mulheres negras a receber uma patente nos Estados Unidos, em 1892. Sarah Boone era costureira e, cansada do quão trabalhoso era passar a manga de uma camisa na época, criou uma versão aprimorada da tábua, que reduzia as chances de criar vincos involuntários na roupa durante o processo. SAIBA MAIS As mulheres negras esquecidas da NASA invadem o cinema 9. Voz sobre IP Marian Croak Sem a invenção de Marian Croak, fazer reuniões ou conversar com amigos durante a pandemia seria muito mais difícil. Isso porque a voz sobre IP é a base para a transmissão de áudios por serviços de internet, o que nos permite fazer chamadas por aplicativos, por exemplo. Croak é doutora em psicologia e análise quantitativa pela Universidade do Sul da Califórnia e vice-presidente de Engenharia do Google, onde tem trabalhado para expandir o acesso ao serviço em mercados emergentes. 10. Animação em GIF Outra forma de se expressar na internet, além das chamadas de voz, são os GIFs, abreviação de Graphics Interchange Format. O formato gráfico foi desenvolvido por Lisa Gelobter, fundadora do tEquitable, uma plataforma independente que trata sobre viés, discriminação e assédio no mercado de trabalho.
Saúde das mulheres negras: enfrentamento ao racismo também se dá no acesso à assistência O programa de rádio Saúde com Ciência debate sobre as consequências do racismo nos serviços de saúde e o impacto para a saúde física e psicológica das mulheres negras 19 DE NOVEMBRO DE 2021 - ENFRENTAMENTO AO RACISMO, RACISMO INSTITUCIONAL, RÁDIO, SAÚDE COM CIÊNCIA, SAÚDE DA MULHER, SAÚDE DA POPULAÇÃO NEGRA Segundo um relatório da Política Nacional de Saúde Integral da População Negra (PNSIPN), a população negra tem menos acesso à saúde se comparada à branca. Além disso, as pessoas de cor preta (11,9%) e parda (11,4%) são destaque entre as que se sentiram discriminadas nos serviços do SUS. Por isso a importância da PNSIPN, criada em 2009 para combater o racismo institucional, ao reconhecer e buscar melhorar as iniquidades que afetam a saúde da população negra. Isso inclui atenção especial às doenças prevalentes, como hipertensão arterial e o maior risco de mulheres negras para pré-eclâmpsia e eclâmpsia durante a gravidez. Mas segundo Emanuelle Goes, a doutora em Saúde Pública e pesquisadora Fiocruz/Bahia em desigualdades raciais, racismo e saúde, ainda não houve avanços suficientes com a Política Nacional de Saúde Integral da População Negra. Ela argumenta que falta considerar e inserir o quesito da cor nas mudanças do sistema de saúde para adequação à PNSIPN, como o aumento da oferta de pré-natal ou de tratamento de doenças, possibilitado analisar as diferenças das ocorrências com mulheres negras e brancas, por exemplo. “Como a gente vai observar a mudança das desigualdades raciais se não temos a informação de raça e cor nas pactuações?”. Enquanto isso, mulheres negras continuam sendo a maioria nas mortalidades maternas e enfrentando a violência obstétrica ou outros tipos de violências que afetam a saúde. “No cenário do parto, sabe-se que mulheres negras recebem menos anestesia quando indicado, os manejos nos corpos são mais agressivos e os partos tardios acontecem mais com as mulheres negras”, cita Emanuelle Goes. “Há uma ideia de que mulheres negras não precisam de intervenção. Podem parir normal, porque são boas em parir, são resistentes”, completa informando que isso não ocorre só nos serviços públicos, já que está relacionado com a prática profissional e com o que as pessoas aprendem no imaginário social. As questões sociais e o enfrentamento ao racismo também impactam a saúde mental das mulheres negras, que apresentam maior incidência de ansiedade e depressão do que as mulheres brancas. “As questões sociais estão intimamente relacionadas ao nível de saúde mental da sociedade como um todo. Trabalhamos para fortalecer pessoas negras, mas a injustiça social ainda é um fator essencial, como a falta de dinheiro, a insegurança e violência. Então sem melhorar a causa, é muito desafiador sanar o problema”, afirma Laila Resende, ativista, psicóloga e pós-graduada em relações étnico-raciais. “Os processos de exclusão causados pelo racismo colocam a mulher negra num lugar de solidão, na maioria das vezes. Mas o essencial é que através do autorreconhecimento, valorização de relações saudáveis, não só relacionamentos afetivos sexuais como de amizades e familiares também, possam reverter esse lugar de solidão” Laila Resende Saiba mais no Saúde com Ciência

Saúde das mulheres negras: Enfrentamento ao racismo também se dá no acesso à assistência

O programa de rádio Saúde com Ciência debate sobre as consequências do racismo nos serviços de saúde e o impacto para a saúde física e psicológica das mulheres negras - ENFRENTAMENTO AO RACISMO, RACISMO INSTITUCIONAL, RÁDIO, SAÚDE COM CIÊNCIA, SAÚDE DA MULHER, SAÚDE DA POPULAÇÃO NEGRA Segundo um relatório da Política Nacional de Saúde Integral da População Negra (PNSIPN), a população negra tem menos acesso à saúde se comparada à branca. Além disso, as pessoas de cor preta (11,9%) e parda (11,4%) são destaque entre as que se sentiram discriminadas nos serviços do SUS. Por isso a importância da PNSIPN, criada em 2009 para combater o racismo institucional, ao reconhecer e buscar melhorar as iniquidades que afetam a saúde da população negra. Isso inclui atenção especial às doenças prevalentes, como hipertensão arterial e o maior risco de mulheres negras para pré-eclâmpsia e eclâmpsia durante a gravidez. Mas segundo Emanuelle Goes, a doutora em Saúde Pública e pesquisadora Fiocruz/Bahia em desigualdades raciais, racismo e saúde, ainda não houve avanços suficientes com a Política Nacional de Saúde Integral da População Negra. Ela argumenta que falta considerar e inserir o quesito da cor nas mudanças do sistema de saúde para adequação à PNSIPN, como o aumento da oferta de pré-natal ou de tratamento de doenças, possibilitado analisar as diferenças das ocorrências com mulheres negras e brancas, por exemplo. “Como a gente vai observar a mudança das desigualdades raciais se não temos a informação de raça e cor nas pactuações?”. Enquanto isso, mulheres negras continuam sendo a maioria nas mortalidades maternas e enfrentando a violência obstétrica ou outros tipos de violências que afetam a saúde. “No cenário do parto, sabe-se que mulheres negras recebem menos anestesia quando indicado, os manejos nos corpos são mais agressivos e os partos tardios acontecem mais com as mulheres negras”, cita Emanuelle Goes. “Há uma ideia de que mulheres negras não precisam de intervenção. Podem parir normal, porque são boas em parir, são resistentes”, completa informando que isso não ocorre só nos serviços públicos, já que está relacionado com a prática profissional e com o que as pessoas aprendem no imaginário social. As questões sociais e o enfrentamento ao racismo também impactam a saúde mental das mulheres negras, que apresentam maior incidência de ansiedade e depressão do que as mulheres brancas. “As questões sociais estão intimamente relacionadas ao nível de saúde mental da sociedade como um todo. Trabalhamos para fortalecer pessoas negras, mas a injustiça social ainda é um fator essencial, como a falta de dinheiro, a insegurança e violência. Então sem melhorar a causa, é muito desafiador sanar o problema”, afirma Laila Resende, ativista, psicóloga e pós-graduada em relações étnico-raciais. “Os processos de exclusão causados pelo racismo colocam a mulher negra num lugar de solidão, na maioria das vezes. Mas o essencial é que através do autorreconhecimento, valorização de relações saudáveis, não só relacionamentos afetivos sexuais como de amizades e familiares também, possam reverter esse lugar de solidão” Laila Resende

OS AFRICANOS CHEGARAM ANTES ÀS AMÉRICAS?

almapretajornalismo As evidências de que os africanos podem ter chegado às Américas antes dos europeus, mostra uma rica história de navegação e exploração. Via: @ernestoxavier É possível dizer que povos africanos chegaram às Américas antes dos europeus? Sim, é bem possível. E por que essa teoria não ganha espaço na Academia? Em 1920, o historiador e linguista, Leo Weiner, da Universidade de Harvard, em seu livro “África e a descoberta da América”, explicou como Colombo observou em seu diário que os nativos americanos haviam confirmado que “o povo de pele negra tinha vindo do sul e sudeste em grandes barcos, barganhando com lanças de pontas douradas”.

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