quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Formação do Grupo de Trabalho Quilombola do RS

No dia 03.10, dando sequência ao processo de reestruração de nossa Organização no RS, foi formado, no Quilombo da Família Silva, que generosamente nos concedeu esse privilégio o GT Quilombola do MNU-RS na forma de nosso Estatuto e Documentos Básicos, contamos com a filiação de três novos militantes, Itanajára, Virgínia e Davison (Quilombo dos Alpes) bem como, com o compromisso de filiação de importante liderança do Quilombo de Morro Alto, que só não se fez presente por problemas de saúde em sua família.Foi formada a Coordenação composta por Lorico (Quilombo dos Silva), Davison (Quilombo dos Alpes), Onir (Militante do MNU-RS e Membro da Coordenação Estadual-rs), Jader (Militante MNU-RS), Itarajara, (Militante MNU-RS) e no aguardo de uma indicação do Quilombo do Macaco Branco, Quilombos do Sul, e Morro Alto. Em anexo resumo dos encaminhamentos:1-Regularidade das Reuniões – Quinzenais 2-Coordenação: Um membro de cada QuilomboComposta inicialmente: Lorico (Silva); Davison (Alpes), Um membro a ser indicado pelo Macaco Branco, e outro de Morro Alto.Onir, Jader e Itanajara De acordo com o Estatuto um ano de gestão. 3-REFERENDAR E SUBSCREVER DOC DA COMISSÃO DE ARTICULAÇÃO QUILOMBOLA. E A IMPORTÂNCIA ESTRATÉGICA DA UNIDADE DE AÇÃO CONSTRUÍDA EM TORNO DA AUDIÊNCIA PÚBLICA DO DIA 28.08 BEM COMO A EXIGÊNCIA DE CUMPRIMENTO DOS COMPROMISSOS ASSUMIDOS PELO GOVERNO FEDERAL ATRAVÉS DA PRESIDÊNCIA DO INCRA. 4-DENUNCIAR POSTURA DO GOVERNO E DO INCRA. 5-O BALANÇO DO GT, FRISANDO QUE BOA PARTE DE SEUS MEMBROS ESTIVERAM NA CONSTRUÇÃO DA AUDIÊNCIA PÚBLICA DO DIA 28.08, ATO DO DIA 19 E REUNIÕES DOS DIAS 21, 22 E 23 NO INCRA RS CONCLUIMOS QUE O BALANÇO É POSITIVO NO QUE SE REFERE A ATUAÇÃO DO MNU E DE SEUS QUADROS (ONIR E JADER) , E QUE OS ATAQUES PROFERIDOS PELO GOVERNO/INCRA E DE SEUS FUNCIONÁRIOS NÃO PODEM SER REFERENDADOS E REFLETEM A POSTURA PATRIMONIALISTA E DE DESCASO , UTILIZAÇÃO DA MÁQUINA PÚBLICA DE FORMA INDEVIDA SENDO QUE EM MOMENTO ALGUM HOUVE POR PARTE DOS MILITANTES QUE DESEMPENHAVAM TAL TAREFA QUALQUER ATITUDE EXTEMPORÂNEA OU QUE FERISSE PRINCÍPIOS DE NOSSA ORGANIZAÇÃO BEM COMO PRINCÍPIOS GERAIS DE CONVÍVIO E ÉTICA. 6-QUE A CON RESPONDA EM REGIME DE URGÊNCIA A SOLICITAÇÃO DE ESCLARECIMENTO FEITA PELO MEMBRO DA COORDENAÇÃO ESTADUAL ONIR DE ARAUJO E SE POSICIONE SOBRE AS DECLARAÇÕES DO SR. ALEXSANDRO (SEPPIR-UNEGRO) NO INCRA-RS NA SEXTA-FEIRA DIA 02.10. 7-FORTALECIMENTO DA ASSOCIAÇÃO DOS SILVA E TRABALHO NO SENTIDO DA TITULAÇÃO INTEGRAL , DESAFETAÇÃO DA LOBÉLIA E JOÃO CAETANO, REATIVAÇÃO DA DISCUSSÃO DOS PROJETOS DE SUSTENTABILIDADE E MORADIA. 8-FORTALECIMENTO DA ARTICULAÇÃO DOS URBANOS DE PORTO ALEGRE APONTANDO PARA UMA AUDIÊNCIA PÚBLICA MUNICIPAL. 9-PROGRAMAÇÃO COM VILSON SOBRE ATO ENVOLVENDO FILIAÇÃO EM MORRO ALTO. 10-CONTATO COM AS COMPANHEIROS(AS) DO MACACO BRANCO TANTO PARA INCORPORAÇÃO AO GT, COMO ENVOLVENDO AS DEMANDAS COLOCADAS PELOS MESMOS NO QUE SE REFERE A FORMATAÇÃO DA ASSOCIAÇÃO. 11-CONTATO COM CONSUELO NO QUE SE REFERE AS DEMANDAS DOS QUILOMBOS DA CAMPANHA, BEM COMO INCORPORAÇÃO DOS MESMOS NO GT. 12-CARTILHA DO GT ENVOLVENDO A DEFESA DOS DIREITOS QUILOMBOLAS. 13-COMPILAÇÃO DE DOCS HISTÓRICOS TANTO DO RS COMO DO MNU NACIONAL NO QUE SE REFERE A NOSSA PARTICIPAÇÃO NA LUTA QUILOMBOLA. Com estes encerro a presente ata e subscrevo a mesma seguindo em anexo lista de presença. Onir de AraujoMembro da Coordenação Estadual do MNU-RS.

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

UNIDADE, MOBILIZAÇÃO, ARTICULAÇÃO E AUTONOMIA

Documento produzido pela Comissão de Mobilização de Lutas do Movimento Negro Quilombola.

Repassando em anexo, documento de denúncia das Entidades e Organizações frente à postura do INCRA/GOVERNO FEDERAL no qual de refere à Titulação do Quilombo Silva em Porto Alegre, no dia 25 de setembro de 2009.
Unidade , Mobilização e Autonomia Garantem Primeira Titulação de Quilombo no RS e Primeiro Quilombo Urbano no Pais


Na sexta-feira 28/09, mais de 600 remanescentes de quilombos e movimento negro lotaram o teatro Dante Barone da Assembléia Legislativa para reafirmar o seu direito à posse da terra e exigir a titulação de suas terras em audiência pública convocada pela CCDH – Comissão de Cidadania e Direitos Humanos da Assembleia Legislativa/RS - “Terra de Quilombo: Na Luta por titulação e Desenvolvimento Sustentável”.
Estiveram presentes Representantes do Ministério Público Federal, Ministério Público Estadual, FACQ - Federação das Associações das Comunidades Quilombolas/RS, CONAQ - Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Rurais Negras Quilombolas, SEPPIR – Secretária Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Governo do Estado/RS, prefeituras entre outros.

O presidente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), Rolf Hackbart, garantiu que entre 20 e 30 de setembro entregaria os títulos de terras as Comunidades Quilombolas da Família Silva e Chácara das Rosas mesma data que seria publicado o Decreto da Comunidade de Casca, Relatório da Comunidade de Morro Alto. Afirmou que não faltarão recursos para implementar políticas públicas em benefício dessas comunidades. O presidente da Comissão de Cidadania e Direitos Humanos, deputado Dionilso Marcon , propôs que o INCRA desenvolva um projeto piloto de moradia destinado aos quilombolas do Rio Grande do Sul.

O presidente do INCRA comprometeu-se a acelerar os processos. Segundo ele, atualmente existem 66 processos, abrangendo 182 municípios gaúchos. "Temos três títulos para entregar e dois relatórios prontos, que serão publicados em breve, além de vários laudos antropológicos. A tarefa do INCRA é identificar a área, delimitar e titular o território", explicou. O presidente do INCRA também cobrou apoio e parceria dos juizes, que são os responsáveis pelas decisões.

Hackbart ainda disse que o presidente Lula pediu aos ministérios rapidez na implantação das políticas públicas e na titulação dessas terras. O presidente do INCRA criticou as prefeituras que deixam de receber recursos do Ministério da Educação para a construção de escolas nas comunidades quilombolas por não apresentarem projetos.
Neste dia 28/09 o Movimento Negro Quilombola realizou caminhada no centro de Porto Alegre denunciado a morosidade nos processos de titulação das terras de quilombo. Finalizando com ato público na esquina democrática.

Diante da falta de informações sobre o a entrega dos títulos as Comunidades Quilombolas Silva, Alpes, Chácara das Rosas, Morro Alto, Fidelis e entidades do MN no dia 18/09 manifestar-se ao Presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva que garantiu , publicamente, às comunidades a entrega dos títulos, em especial a Família Silva a quem ele gostaria de entregar pessoalmente. No mesmo dia O INCRA/RS ligou para as Comunidades, sendo que para os Silva foi a servidora Ana Paula, informando a entrega dos títulos (seria no dia 25.09) e convocando-os para reunião dia 21/09/09 as 14h.

No dia 21/09 o MN e as Comunidades Quilombolas e representantes das Prefeituras de Canoas e Porto Alegre compareceram a reunião na qual foram definidos dia e hora para as cerimonias de entrega dos títulos. Dia 25/09/09 as 14h Chácara das Rosas e 17h Família Silva. As prefeituras propuseram outra data para garantir a presença dos Prefeitos. As Comunidades Silva e Chácara das Rosas, inicialmente, e entidades do MN optaram por não postergar a entrega dos títulos já que a espera tem sido longa. Definiu-se que as prefeituras ficariam responsáveis pela infra-estrutura no local, o INCRA os convites e o MN a mobilização. Formou-se uma equipe para formatar o cerimonial composta pelas prefeituras, INCRA, Movimento Negro/Quilombolas com reunião marcada para o dia seguinte 22/09.

No dia 22/09 as 14h a Comissão reuniu-se, na sala de reuniões do INCRA, de imediato foi informada pelo INCRA mudanças na agenda do dia 25/09 sendo que o titulo a Família Silva seria entregue as 13h e Chácara das Rosas as 17h sob a alegação de que o Sr. Rolf Hackbart teria que retornar a Brasília no vôo das 19h. O que não houve concordância porque já se havia divulgado o evento. Neste momento uma funcionária do INCRA (Ana Paula Comin), que não esteve presente a reunião do dia 21, que se mostrava bastante alterada e afirmava que: “vocês não fazem nada, sempre tendo problemas, reuniram ontem e não encaminharam nada” referindo-se ao Movimento Negro Quilombola. Ouvimos isso em silencio, não demos credibilidade as palavras da funcionária uma vez que esta não havia participado da reunião anterior. Como a referida funcionária insistiu em desqualificar o Movimento Negro Quilombola O advogado da Comunidade Remanescente de Quilombo Família Silva e Alpes (Onir Araújo) manifesta contrario a mudança de horário e diz que ira denunciar ao MPF as reiteradas mudanças unilaterais que o INCRA tem feito após negociar com o Movimento Negro Quilombola. Neste momento a referida funcionária afirma que: “vocês estão sempre no MPF, tem que ir mesmo já que não fazem nada” neste momento houve indignação por parte de membros do Movimento Negro Quilombola e o advogado da Família Silva e Alpes dirigiu-se a mesma afirmando que “quem tinha problemas era o INCRA já que dois dias antes dos assassinatos de Joelma e Volmir da Silva Ellias, lideranças do Quilombo dos Alpes, a presidente da Associação Rosangela da Silva Ellias foi até o INCRA denunciar as ameaças que a comunidade estava sofrendo. Pediu ajuda e a referida funcionária mandou-a procurar os seus direitos junto ao MPF, pois o INCRA não tinha nada haver com aquilo. Diante disso os funcionários presentes (José Rui Tagliapietra e Sebastião Henrique S. Lima) na reunião exigiram que o advogado da Família Silva pedisse desculpas o que não foi aceito e também, o Movimento Negro pedisse desculpas, de forma alterada e descontrolada, a funcionária na negativa retira-se da sala. O Superintendente Regional do INCRA Sr. Mozart passou a coordenar a reunião mantendo os encaminhamentos já acordados apenas antecipando em uma hora a titulação da Família Silva para que o Presidente do INCRA não perdesse o vôo. Inclusive emitiu os convites(em anexo) com as alterações e disponibilizou dois ônibus para deslocar lideranças quilombolas do interior.

A perplexidade tomou conta de todos quando no dia 23/09, no final da manhã o Superintendente informou que todas as atividades estavam suspensas, porque a Coordenação de Projetos estava pedindo afastamento das funções pois estavam muito ofendidos pois entendiam que estávamos responsabilizando a funcionária pelos assassinatos. Mais uma vez decisão unilateral do INCRA.
No mesmo dia solicitamos reunião com o Superintendente Regional do INCRA Sr. Mozart para obter explicações e tentar reverter o fato uma vez que, já havíamos feito investimentos e havia a promessa e empenho do Presidente do INCRA em titular as referidas comunidades até o dia 30/09, e do próprio Presidente da República.
Nos reunimos as 13:30 no INCRA onde fomos informados, pelo Superintendente, que de fato estava tudo suspenso por determinação do Presidente do INCRA Sr. Rolf Hackbart , inclusive já haviam informado os órgãos públicos, a imprensa e as próprias comunidades. Porque “o ambiente no INCRA estava desfavorável em razão da ocupação feita pelo MST e que as reuniões com Movimento Negro Quilombola havia sido um balde de gasolina na fogueira”. Com isso o INCRA transfere a responsabilidade pela desestruturação do órgão as lideranças do Movimento Negro e Quilombola.

Nos foi informado que o INCRA faria uma entrega burocrática do titulo a família Silva no dia 24/09 às 18hs.
O Presidente da Associação do Quilombo Silva Sr. Lorivaldino Silva e demais presentes
solicitou que o INCRA informasse a imprensa que a comunidade manteria o Ato político e festivo no dia 25/09 às 16h. O que não ocorreu. Mais uma vez o INCRA não cumpre o acordado. No mesmo dia encaminhamos ao MPF denuncia sobre as arbitrariedade cometidas pelo INCRA o que classificamos como Racismo Institucional, considerando que a altivez e autonomia do Movimento Negro Quilombola é entendido com ofensa irreparável pelos funcionários e Gestores públicos daquele órgão.
Destacamos que as tentativas de descaracterizar e desqualificar cidadãos negros e suas s organizações que exercem o Controle Social das ditas políticas publicas tem sida uma constante. O INCRA ao propagar que o MNU e ativistas do Movimento Social negro foram intransigente e por isso suspendeu as atividades, desconsidera que as lideranças do Quilombo dos Silva e Chácara das Rosas manifestaram-se contrários ante a proposta de alteração da data do dia 25.

O INCRA rompeu, sucessivamente, o pactuado perante lideranças Quilombolas e do Movimento Social Negro, tentando impor uma adequação de agenda, referente ao compromisso de titular no dia 25.
Tais fatos revelam a utilização indevida da máquina pública, ferindo as atribuições legais do órgão no que refere as comunidades Quilombolas, ferindo a Convenção 169 da OIT, o Decreto 4487/2003.

As necessidades e demandas do movimento quilombola e social negro não podem ficar condicionadas à uma agenda eleitoral e tampouco ao temperamento de qualquer servidor público.

Lembramos que vários compromissos assumidos perante a Audiência Pública não foram cumpridos e o descaso é flagrante. Tal prática nefasta das Instituições Governamentais não impediram que fosse realizado com força o ato no dia 25 no Quilombo dos Silva, com presença marcante do Movimento Social Negro e Social em Geral, parlamentares, religiosos de Matriz Africana, CPT, a onde ficou patente, conforme discursos de Parlamentares engajados a crítica ao INCRA e ao próprio governo pelo tratamento desrespeitoso, arbitrário, ilegítimo e ilegal em relação a matéria.

Reiteramos a exigência de que se honre todos os compromissos assumidos perante a audiência pública do dia 28 e ainda não cumpridos.
Repudiamos as chantagens, ruptura unilateral de acordos, as retaliações pela máquina pública, o desrespeito e a intervenção da Máquina Pública com o objetivo de dividir o Movimento Negro Quilombola.

Lamentamos que algumas lideranças aceitem cumprir este papel, colocando acima dos interesses e necessidades das demandas do povo negro, interesses pessoais e de siglas partidárias. A história está recheada destes personagens, mas, mais cedo ou mais tarde vem o ajuste de contas.



Pelo cumprimento dos compromissos da Audiência Pública do dia 28.08.
Pela Titulação Imediata das Terras de Quilombo

AKANNI - Instituto de Pesquisa e Asses. em Direitos Humanos Gênero, Raça e Etnias
IACOREQ – Instituto de Asses. As Comunidades Remanescentes de Quilombos
APNS – Agentes de Pastoral Negros;
MNU – Movimento Negro Unificado
MNLM – Movimento Nacional de Luta Pela Moradia
Coletivo Estadual de Educadores Negros/RS
Associação da Comunidade Remanescentes de Quilombos Família Silva
Associação da Comunidade Remanescentes de Quilombos Morro Alto – Rosa Osório Marques
Associação da Comunidade Remanescentes de Quilombos Alpes
Associação da Comunidade Remanescentes de Quilombos Guranha
Associação da Comunidade Remanescentes de Quilombos Fidelix
Associação da Comunidade Remanescentes de Quilombos Casca
Associação da Comunidade Remanescentes de Quilombos Olhos Dágua
Associação da Comunidade Remanescentes de Quilombos Capororocas
Associação da Comunidade Remanescentes de Quilombos Limoeiro
Comunidade Remanescentes de Quilombos Cantão das Lombas
Comunidade Remanescentes de Quilombos Botinhas
Associação da Comunidade Remanescentes de Quilombos Anastácia
Associação da Comunidade Remanescentes de Quilombos Beco dos Coloidianos
Associação da Comunidade Remanescentes de Quilombos Teixeira

sábado, 3 de outubro de 2009

QUILOMBO FAMÍLIA SILVA CONQUISTA O DIREITO À TERRA

Portal Presidência da República
Informações do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA)

Quilombo Família Silva conquista o direito à terra

O Decreto Presidencial assinado nesta quinta-feira (26/10) pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, desapropria a área onde vive a Comunidade Quilombo Família Silva, em Porto Alegre (RS). Emblemática dos remanescentes de quilombos em todo o País, com 6,5 mil metros quadrados, a área está sendo desapropriada por interesse social. Com a medida, as 12 famílias que há mais de seis décadas lutam pela terra poderão finalmente receber seus títulos de posse. Para o ministro do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel, “a titulação da Família Silva representa o resgate de uma dívida histórica do País com seus cidadãos e a prevalência da justiça social para aqueles, por por um longo período, foram esquecidos em seus direitos”. O presidente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Rolf Hackbart, destaca que “o Estado Brasileiro, por meio deste Governo, está garantindo os direitos das comunidades tradicionais”. A desapropriação ocorre com base no Decreto 4.132, de 10 de setembro de 1962. Nessa época, já existia pedido de uso capião da área, que jamais foi concedido. A Comunidade Quilombo Família Silva constitui o primeiro quilombo urbano com território reconhecido no País, tendo obtido em 2003 a certidão de auto-reconhecimento como comunidade quilombola da Fundação Cultural Palmares/Ministério da Cultura. Essa é uma comunidade que totaliza aproximadamente 50 pessoas. O processo de regularização fundiária foi aberto no Incra em outubro de 2004, por solicitação pelo Ministério Público Federal. Resgate de dívida histórica Em dezembro de 2005, o presidente do Incra, Rolf Hackbart, assinou a Portaria que declara a área como território de remanescentes de quilombo e delimita seu perímetro. A comunidade está localizada no bairro Três Figueiras, que ao longo dos anos tornou-se alvo de especulação imobiliária. Esse é hoje um dos mais nobres bairros da capital gaúcha. Os Silva representam o resgate de uma dívida histórica do País com os cidadãos negros e o reconhecimento de seus direitos. As famílias que ainda permanecem no local chegaram a ser ameaçadas de despejo, em junho do ano passado, o que só não ocorreu porque o Governo Federal emitiu um título de reconhecimento de posse.

Video de "A Catarse" - Titulação do Quilombo Silva

Companheiros, (as) Os vídeos em anexo referem-se à Família Silva, inclusive sobre o dia da Titulação.
Onir Araújo

A Catarse esteve na Festa de Titulação do Quilombo da Família Silva, o primeiro quilombo urbano titulado do Brasil, e fez um registro simples (com duas máquinas fotográficas digitais) sobre este dia histórico para a sociedade brasileira:
http://coletivocatarse.blogspot.com/2009/09/quilombo-da-familia-silva-primeiro.html Em 2007, registramos para a Radiobrás e TV Brasil numa reportagem curta para o telejornal, a história de resistência do Quilombo. Depois, a Agência Brasil montou o web-documentário interativo Nação Palmares, sobre a situação dos quilombolas em todo o Brasil, que incluiu também a matéria sobre os Silva. Este trabalho recebeu em 2008 o Prêmio Vladimir Herzog de Direitos Humanos na categoria internet. Você pode assisti-los aqui: http://coletivocatarse.blogspot.com/2008/10/catarse-integra-equipe-que-ganhou.html Um abraço,Jefferson

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

OFENSA DISCRIMINATÓRIA É RESPONSABILIDADE DO MP

Ofensa discriminatória é responsabilidade do MPPor: CONSULTOR JURÍDICO A partir desta quarta-feira (30/9), passa a ser incumbência do Ministério Público investigar e dar início às ações penais por injúria que envolva raça, cor, etnia, religião, origem ou cometida contra idosos e deficientes. A Lei 12.033, publicada nesta quarta, torna as ações penais nestes casos públicas condicionadas. Antes, cabia ao ofendido se responsabilizar pela ação, representado por um advogado.
O interesse na apresentação da denúncia continua sendo exclusivamente do ofendido, que terá de entregar representação ao MP confirmando sua vontade em começar um processo contra o ofensor. A regra é a mesma usada nos casos de lesões corporais, em que a queixa é registrada pela Polícia. Concluído o inquérito, o agredido decide se o caso deve virar Ação Penal ou não. A mudança se deve a uma especificação introduzida no Código Penal pela Lei 9.459/97. O parágrafo 3º inserido no artigo 140 do Código Penal tipificou a “utilização de elementos referentes a raça, cor, etnia, religião ou origem” na injúria. Desde então, o crime passou a ter pena de reclusão de três anos e multa.
Para o deputado Paulo Rocha (PT-PA), que reapresentou o projeto de lei em 1999, no entanto, a inovação não considerou que os ofendidos podem ser pobres, sem condições de pagar um advogado. A queixa, nesses casos, não resolve o problema, já que só um advogado poderia dar início à ação penal privada. Como muitas pessoas não sabem que podem pedir assistência judiciária ou recorrer à Defensoria Pública, podem deixar de ter seu direito tutelado.
A mudança, no entanto, não impede que um advogado seja contratado para assessorar o processo, como lembra o criminalista Jair Jaloreto Júnior. Segundo ele, a intenção é que o Estado tutele um bem jurídico social, principalmente nos casos em que o ofendido não tenha condições de defender a própria honra. Veja a lei publicada.
LEI Nº 12.033, DE 29 DE SETEMBRO DE 2009.
Altera a redação do parágrafo único do art. 145 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal, tornando pública condicionada a ação penal em razão da injúria que especifica.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1o Esta Lei torna pública condicionada a ação penal em razão de injúria consistente na utilização de elementos referentes a raça, cor, etnia, religião, origem ou a condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência.
Art. 2o O parágrafo único do art. 145 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal, passa a vigorar com a seguinte redação: “Art. 145.
Parágrafo único. Procede-se mediante requisição do Ministro da Justiça, no caso do inciso I do caput do art. 141 deste Código, e mediante representação do ofendido, no caso do inciso II do mesmo artigo, bem como no caso do § 3o do art. 140 deste Código.” (NR)
Art. 3o Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. Brasília, 29 de setembro de 2009; 188o da Independência e 121o da República.
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
Tarso Genro

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Agenda do MNU-RS - GTs

Deliberação de reunião da executiva do dia 29 de setembro de 2009

AGENDA:

Dia 1 de outubro: Reunião GT Sindical.
Local: Sindisprev
Endereço: Rua Leonardo Truda, 40, 12º andar
Hora: 19:oo

Dia 3 de outubro: Reunião GT da Saúde.
Local a cofirmar com Ana Honorato
Hora: 9:00

Segure e lance

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