quinta-feira, 19 de junho de 2014

Gentrificação e higienização racial das cidades vêm de longe

by mamapress Palácio do Povo-Berlim Protocolo de uma reunião oficial em Berlim em 14 de setembro de 1938, para construção do império germânico de 1000 anos: "Professor Speer desenvolveu um anteprojeto que prevê, que os grandes prédios sejam "desalugados" de maneira forçada, para torná-las livres de judeus. Esta proposta é para ser tratada de forma extremamente confidencial, pois o prof. Speer deseja antes ouvir ao "Fuhrer". Depois serão feitas as leis necessárias para que o plano seja cumprido. " Hitler concorda, e a equipe de Speer põe mãos às obras. No plano foi anotado, que bairros deveriam ficar "limpos de judeus"( Judenrein), o centro Ku`damm e o bairro Bavário. O documento foi escrito 8 semanas antes da "Noite dos Cristais", noite em que as Sinagogas e lojas de comércio judaicas foram atacadas e destruídas.* Um dos efeitos do processo de globalização, é o remanejamento forçado nas grandes metrópoles, de grupo populacionais que vivam em áreas previstas por arquitetos privados e governamentais a serem desocupadas, para darem espaço à chamada “revitalização” dos centros urbanos. Os centros de grandes cidades, como Londres, Paris e Rio de Janeiro entre outras mais, são vistos como áreas de passagem a serem preservadas para turistas nacionais e internacionais com poder aquisitivo suficiente para pertencerem a esta nova elite móvel, que se desloca pelo mundo. Não importa em que cidade este novo “cidadão do mundo” chegar, ele encontrará o mesmo padrão de qualidade e conforto na prestação de serviços. Grandes redes de lojas de moda, alimentação e hospedaria, farão o novo cliente “jetset” de massa se sentir em casa. Os mesmos supermercados e cinemas e as mesmas diversões para suas crianças serão oferecidas com uma qualidade padrão. Aos nativos destes centros urbanos, ficará reservado o “desalugamento forçado” e sofrerão remanejamento para as periferias. Em troca os removidos terão à sua disposição transporte rápido através de super vias, ônibus integrados e metrôs, para virem aos centros, entre 8 da manhã e 8 da noite, para servirem e divertirem com suas manifestações culturais típicas, os novos mandarins da globalização. Os jogos esportivos mundiais que possuem um grande poder de atração e conquistam a simpatia dos povos do mundo, servirão como alavanca para que estes planos aconteçam de forma rápida, imperceptível e quase indolor para a maioria da população, que antes de reclamarem, se manifestarão extasiadas com as obras monumentais que serão construídas, porém que, não poderão frequentar. *fonte: Die Welt

36 Anos de MNU............longa vida ao MNU................

Movimento Negro Unificado – MNU. Fundado, em 18.06.1978, com a denominação de Movimento Unificado Contra a Discriminação Racial, isto em pleno período da ditadura militar. Lançado, em 07 de julho de 1978, nas escadarias do Teatro Municipal, em ato público, no centro da Capital paulista, com a presença de “cerca de duas mil pessoas”, conforme noticiou a Folha de São Paulo, no dia 8 de julho de 1978. “Os negros estão nas ruas” era a manchete de capa do Jornal “Versus – Afro-América Latina”, n.º 23, de julho/Agosto de 1978. Nas páginas 32, 33 e 34 são registradas impressões, fotos e os nomes dos/as principais atores e atrizes que marcam o surgimento do Dia Nacional de Luta Contra o Racismo. São, posteriormente, lançadas seções em Minas Gerais e Rio de Janeiro e Bahia. Hoje o MNU tem representação em 14 estados brasileiros. A mística do MNU estimulou nestes 24 anos, o surgimento de inúmeras organizações, do movimento negro, no Brasil. Esta mística, ainda tem tanta força que, por vezes, o MNU, que surgiu pretendendo ser um confederação de entidades e/ou organizações negras, é confundido e/ou visto como sinônimo de Movimento Negro. A força política do MNU, como uma organização do movimento negro, é indubitável, e ratificada pelos avanços e conquistas - os atrasos e derrotas também não foram poucas – no entanto, ao longo da sua existência podemos enumerar algumas vitórias: - Instituição do Dia 20 de Novembro – Dia Nacional da Consciência Negra , na 3ª Assembléia Nacional, realizada em 04 de novembro de 1978, na Bahia. Esta data foi criada pelo Grupo Palmares, de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, em 1971; - Desmistificação da tese gilbertofreireana da existência de uma democracia racial com a instituição do Dia 13 de maio como Dia Nacional de Denúncia contra Racismo; - Enterro simbólico da Lei Afonso Arinos, dada sua iniquidade, em São Paulo com Ato Público no 1979; - Articulação para formulação da criminalização do racismo, desde os municípios, passando pelos estados e chegado até a Convenção Nacional do Negro pela Constituinte, em 1986, em Brasília; - Contribuição com manifestações pela a libertação de Nelson Mandela; - Idealização e construção, juntamente com outras organizações, da Marcha Zumbi dos Palmares, que reuniu mais de 30 mil participantes em Brasília, em 1995; - Contribuição no processo de organização da Comissão Nacional das Comunidades Negras Rurais Quilombolas do Brasil ; e, - Articulação para o Estado criar mecanismos de coibição do racismo através de implementação de ações políticas e/ou políticas públicas. Adomair Ogumbyi

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