segunda-feira, 16 de abril de 2012

Homenagem

1978, quatro garotos negros são impedidos
Perante a portaria do Club de Regatas Tietê
De vivenciar o esporte, a cultura, o lazer.
Robson Silveira da Luz, um jovem feirante do passado
É morto
Tal qual outro jovem negro,
Morto
Em 9 de abril de 2010
Que é relembrado
No outro lado da cidade
Na Cohab do José Bonifácio.
O regente?
Que regente?
A minha mente pira demente
Passado, presente, futuro
Tudo move, vai, vem, volta
Volta e ainda estamos no escuro obscuro
Em que época vivemos?

Ainda ontem gritamos:
-"Contra a Discriminação Racial"
-"Contra a Violência Policial"
-"Pela Democracia Racial"
Ai veio a Princesa e assinou a Lei Áurea
José do Patrocínio vibrou
E até recebeu uma mensagem de congratulação Victor Hugo ampliou-se e atravessou o mar
É ele mesmo, o poeta francês, dos Miseráveis
É certo que para passar pelos liberais conservadores
Teve que ser depenada da Indenização
Após doze meses Isabel tentou finalizar
Concebeu um projeto nacional
Educação, Terras e Créditos aos ex-escravos
Aí foi demais para a aristocracia escravagista
Cassaram-lhe os anéis, a corôa e o trono
Numa madrugada fria disseram a Victor Hugo:
"Tome-a. Ela e toda a família real.
É um presente..."

Nova vida em velho regime
Muda-se e se muda para ficar onde se esta
O jovem Candido sonha ser marinheiro em 1895
Machado de Assis analisa o contexto e conclui:
"Não importa o regimen,
Monarquia, Aristocracia ou Rapública,
Quando trata-se dos da minha espécie o pau come"
A chibata que já tinha ido tinha voltado
E no vai e vem das ondas do mar
Vieram os libaneses, alemães, italianos, açorianos e o Kassatu Maru desliza...
São os japoneses em 1908...

Chegam a Santos e de lá a São Paulo
Osvald de Andrade sai de São Paulo e vai ao Rio
Esta enamorado por uma cantora do teatro carioca
Indo ve-la passa pelo paço do Catete e vê
Correria, pessoas indo p'ra lá e p'ra cá
Onde? O quê? Porquê?
Marinheiros tomam os navios em revolta
Querem o fim das chibatadas me suas costas
Era 22 de novembro de 1910
Osvald de Andrada corre mais ainda
Quer ver a sua amada em meio as baionetas
E do outro lado a ameaça dos poderosos canhões
Que unem forças a brado de 2379 marinheiros:

"Nós marinheiros, cidadãos republicanos, exigimos o fim da escravidão na Marinha do Brasil!"

Vejo as notícias, leio os fatos, sinto, sinto e sinto.
Em que tempo estamos?
Dedilho a internet e ao mesmo tempo vejo a Arte
Noventa anos da Semana de Arte Moderna, Jô Soares
Foi uma homenagem ao centenário da Independência
Daqui a dez anos será o bicentenário
A minha mente olha, lê, vê a imagens e não acredita no que vê e na carta que lê
Sente vontade de gritar na praça do Patriarca
"Óh! José Bonifácio, que independência é esta?
Ainda Sem crédito, Sem terras e Sem educação?

Mas, apesar de tudo, devemos agradecer
Agradecermos por todos que se esforçaram
Para construir um terra melhor
Foram onde puderam ir
Agora não podemos mais exigir que façam
Que façam o que deveriam ter feito séculos atras
É nosso dever construir o porvir
E dever entender a ignorância do irmão
Seja ele branco ou não
Uma fileira milenar de jovens merecem outra solução
Unanmo-nos, todos, todos nós brasileiros
Vamos construir um novo futuro para os Robsons, Tiagos, Andersons, Flavios, Elcinhos, Pedros,..
Implantemos hoje, aqui e agora!!!
UM PLANO NACIONAL DE EDUCAÇÃO
Vamos RECICLAR os valores
Vamos REVIVER os conceitos
Vamos RENUNCIAR as facilidades e jeitinhos
Vamos REPARAR os males socioambientais do passado milenar
O AMOR é Lei Universal
A JUSTIÇA é Lei Operacional
Vamos nos EDUCAR e conjugar o verbo GOVERNAR com o verbo AMAR.
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José Adão de Oliveira, MNU-SP, em memória de todos os jovens que partiram e partem sem ter a oportunidade de compartilharem o talento e a mensagem que o universo lhes deu para o benefício da humanidade inteira.

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