segunda-feira, 22 de agosto de 2016

AGENDA NEGRA DE AGOSTO

01 - Independência do Benin, África/ 1975 02 – Morre Luiz Gonzaga do Nascimento – O “Rei do Baião”, cantor, compositor e sanfoneiro, em 1989. Luiz Gonzaga (1912-1989) foi músico brasileiro. Sanfoneiro, cantor e compositor, recebeu o título de "Rei do Baião". Foi responsável pela valorização dos ritmos nordestinos, levou o baião, o xote e o xaxado, para todo o país. A música "Asa Branca" feita em parceria com Humberto Teixeira, gravada por Luiz Gonzaga no dia 3 de março de 1947, virou hino do nordeste brasileiro. Luiz Gonzaga (1912-1989) nasceu na Fazenda Caiçara, em Exu, sertão de Pernambuco, no dia 13 de dezembro de 1912. Filho de Januário José dos Santos, o mestre Januário, "sanfoneiro de 8 baixos" e Ana Batista de Jesus. O casal teve oito filhos. Luiz Gonzaga desde menino já tocava sanfona. Aos 13 anos, com dinheiro emprestado compra sua primeira sanfona. Em 1929, por causa de um namoro, proibido pela família da moça, Luiz Gonzaga foge para a cidade de Crato no Ceará. Em 1930 vai para Fortaleza, onde entra para o exército. Com a Revolução de 30 viaja pelo país. Em 1933, servindo em Minas Gerais, é reprovado num concurso de músico para o exército, passa a ser o corneteiro da tropa. Tem aulas de sanfona com o soldado Domingos Ambrósio. Luiz Gonzaga deixa o exército, depois de nove anos sem dar notícias à família. Foi para o Rio de Janeiro e passou a se apresentar em bares, cabarés e programas de calouros. Em 1940 participa do programa de Calouros da Rádio Tupi e ganha o primeiro lugar, com a música "Vira e Mexe". Tocando como sanfoneiro da dupla Genésio Arruda e Januário, é descoberto e levado pela gravadora RCA Vitor, a gravar seu primeiro disco. O sucesso foi rápido, vários outros discos foram gravados, mas só em 11 de abril de 1945 grava seu primeiro disco como sanfoneiro e cantor, com a música "Dança Mariquinha". Em 23 de setembro nasce seu filho Gonzaguinha, fruto do relacionamento com a cantora Odaléia Guedes. Nesse mesmo ano conhece o parceiro Humberto Teixeira. Depois de 16 anos Luiz volta para sua terra natal. Vai ao Recife e se apresenta em vários programas de rádio. Em 1947 grava "Asa Branca", feita em parceria com Humberto Teixeira. Em 1948 casa-se com a cantora Helena Cavalcanti. Em 1949 leva sua família para morar no Rio de Janeiro. As parcerias com Humberto Teixeira e com Zédantas rendeu muitas músicas. Gonzaga e seu conjunto se apresentam em várias partes do país. Em 1980, Luiz Gonzaga canta para o Papa Paulo II, em Fortaleza. Canta em Paris a convite da cantora amazonense Nazaré Pereira. Recebe o prêmio Nipper de ouro e dois discos de ouro pelo disco "Sanfoneiro Macho". Em 1988 se separa de Helena e assume o relacionamento com Edelzita Rabelo. Luiz Gonzaga é internado no Recife, no Hospital Santa Joana, no dia 21 de junho de 1989, e no dia 2 de agosto falece. Em 2012, se comemora 100 anos do nascimento de Luiz Gonzaga. É lançado o filme "De Pai Para Filho", narrando a relação entre Gonzaga e Gonzaguinha. O artista recebe várias homenagens em todo o país. http://www.e-biografias.net/luiz_gonzaga/ 03 - Independência do Níger, África / 1960 07 - Independência da Jamaica, África, 1962 07 - Independência da Costa do Marfim, África 1960 08 – Registro do primeiro ato de escravidão, em 1444, por Portugal, em Lagos, atual Nigéria. 10 - Morre o Padre Batista, um dos fundadores do Instituto do Negro e dos Agentes de Pastoral Negros, em 1991. Batista de Jesus Laurindo, nasceu em 05.08.1952, em Silvânia, perto de Matão, Araraquara, no estado de São Paulo. Sua mãe, Dona Rosa Maria de Jesus Melga, hoje, com 73 anos de idade. Pe.Batista é filho do primeiro casamento! Ficando viúva, casou-se novamente, vieram sete irmãos: Zilda, Maria; Oscar, Eugenio, Sonia, Elaine e Marcelo Hoje já são casados e tem filhos. Sabemos do grande esforço do Pe. Batista para ajudar a cada um, cada uma em suas caminhadas. Ainda, quando muito pequeno, de família, muito pobre, engraxava sapatos para ganhar uns trocadinhos e ajudar em casa. • Coragem e dedicação não lhe faltaram. Como seminarista • Estudou e desde seminarista começou a trabalhar com crianças e jovens • Estimulou a formação de Encontros de Jovens na Igreja da Penha; Como diácono • Motivou e trabalhou com os meninos na Associação dos Engraxates na região central da cidade; • Depois foi mentor, implementou e coordenou o então Centro Comunitário do Menor- que atendia meninos e meninas, excluídos sociais, que viviam na Praça da Sé. Hoje CCCA – Centro Comunitário da Criança e do Adolescente, que funciona com quatro unidades na Região central da capital paulista. Como padre . Estimulou muito a Pastoral Catequética da Boa Morte e da Catedral; Criou a Casa da Menina mãe – para jovens em situação de rua que estavam grávidas. . Foi pioneiro com o grupo de nascimento da Pastoral Afro; com a fundação dos Agentes de Pastoral Negros com a constituição do Instituto do Negro, teve Ações de inculturação e foi o precursor de ações afirmativas Outros dons • Pe. Batista tinha uma voz que enchia a catedral e um dom especial para a liturgia – sempre estimulou as comunidades por onde passou, para melhor celebrar. • Na Região Sé, com sede na Igreja N.Sra. do Carmo, na Rangel Pestana, fundou e estimulou por vários anos o Curso de Liturgia. • Implementou também junto com outras religiosas as celebrações afro, realizadas nos primeiros encontros da Pastoral Afro e que continuam até hoje, realizando efetivamente a inculturação. Sempre esteve ao lado das pessoas mais empobrecidas ou excluídas socialmente • Com grande afeição e carinho pelas pessoas que mais sofriam e junto com as Irmãs da Congregação de Jesus Crucificado montou um grupo de pastoral inovadora, com mulheres que trabalhavam como domésticas. O trabalho foi tão estimulante que muitas voltaram a estudar e deram outros rumos às suas vidas, inclusive compondo o Sindicato das Empregadas Domésticas, fundado posteriormente. • Tinha profundo respeito e consideração pelos homossexuais e com eles celebrava sempre. • Foi muitas vezes parado pela polícia, era revistado, insultado, humilhado e o deixava de ser, quando se identificava como padre. • Fundou o Instituto do Negro, em 20.11.1987, cujo principal objetivo era oferecer bolsas de estudos (parciais e quando possível integrais) a universitários /as negros /as de baixa renda. O Padre Batista com essa atitude foi pioneiro na prática da ação afirmativa no Brasil, pois ele já identificava que estudos e pesquisas acadêmicas viriam confirmar – a imensa desigualdade no acesso às oportunidades educacionais na sociedade brasileira existente entre as populações das várias etnias, com destaque para a população negra. Em 1991, após a sua morte, o Instituto passou a chamar Instituto do Negro Padre Batista. E hoje, a entidade continua com a firme missão de buscar o equilíbrio social, econômico, cultural e étnico-racial em nossa sociedade atendendo a população nas áreas educacional, jurídica, psicológica e social. Após 1991, quando da morte do padre Batista, na longa jornada histórica, superamos inúmeros desafios, tais como: houve a eleição da 1ª Mulher, Presidente do Brasil, o primeiro negro presidente dos Estados Unidos da América, a aprovação do Estatuto da Igualdade Racial, a assinatura da lei 10.639/03, e da lei 11.645/08, que a complementa e institui a história da África e afrodescendentes no Brasil no currículo escolar. Também, tivemos perdas irreparáveis, como por exemplo, no ano de 2009, Pe. Antônio Aparecido da Silva, Pe. Toninho, antecessor, mestre e um dos grandes estimuladores do Pe. Batista. Neste ano, 2011, em que a ONU - Organização das Nações Unidas, declarou o Ano Internacional do(a) Afrodescendente, a memória do Pe. Toninho e Pe. Batista trazem à nossa presença a identidade ancestral de luta, resistência e conscientização do povo negro e afrodescendente brasileiro¸ construtores de uma nova história, que seja mais humana, igualitária e solidária! Vice-Presidente INPB Osvaldo José da Silva Vice-Presidente INPB http://20denovembrosp.blogspot.com.br/2011/11/pe-batista-20-anos-de-presenca-na.html 12 – Revolta dos Búzios, também conhecida como Revolta dos Alfaiates, em 1798, quando publicado o manifesto dos conjurados baianos contra os impostos, a escravidão dos negros e exigindo independência e liberdade. http://historiasylvio.blogspot.com.br/ 14 – Morre a Yalorixá Mãe Menininha do Gantois, em 1986. Maria Escolástica da Conceição Nazaré (Salvador, Bahia, 10 de fevereiro de 1894 - 13 de agosto de 1986), conhecida como Mãe Menininha do Gantois, foi uma Iyálorixá (mãe-de-santo) brasileira, filha de Oxum. Nasceu em 1894, no dia de Santa Escolástica, na Rua da Assembléia, entre a Rua do Tira Chapéu e a Rua da Ajuda, no Centro Histórico de Salvador, tendo como pais Joaquim e Maria da Glória. Descendente de escravos africanos, ainda criança foi escolhida para ser Iyálorixá (mãe-de-santo) do terreiro Ilê Iyá Omi Axé Iyamassê, fundado em 1849 por sua bisavó, Maria Júlia da Conceição Nazaré, cujos pais eram originários de Agbeokuta, sudoeste da Nigéria. Foi apelidada Menininha, talvez por seu aspecto franzino. “Não sei quem pôs em mim o nome de Menininha… Minha infância não tem muito o que contar… Agora, dançava o candomblé com todos desde os seis anos”. Foi iniciada no culto dos orixás de Keto aos 8 anos de idade por sua tia-avó e madrinha de batismo, Pulchéria Maria da Conceição (Mãe Pulchéria), chamada Kekerê - em referência à sua posição hierárquica, Iyá kekerê (Mãe pequena). Menininha seria sua sucessora na função de Iyalorixá do Gantois. Com a morte repentina de Mãe Pulchéria, em 1918, o processo de sucessão foi acelerado. Por um curto período, enquanto a jovem se preparava para assumir o cargo, sua mãe biológica, Maria da Glória Nazareth, permaneceu à frente do Gantois. Foi a quarta Iyálorixá do Terreiro do Gantois e a mais famosa de todas as Iyálorixá brasileiras. Sucessora de sua mãe, Maria da Glória Nazareth, foi sucedida por sua filha, Mãe Cleusa Millet. "Minha avó, minha tia e os chefes da casa diziam que eu tinha que servir. Eu não podia dizer que não, mas tinha um medo horroroso da missão (...): passar a vida inteira ouvindo relatos de aflições e ter que ficar calada, guardar tudo para mim, procurar a meditação dos encantados para acabar com o sofrimento." [2] O terreiro, que inicialmente funcionava na Barroquinha, na zona central de Salvador, foi posteriormente, transferido para o bairro da Federação onde hoje é o Ilê Axé Iyá Nassô Oká, na Avenida Vasco da Gama, do qual Maria Júlia da Conceição Nazaré sua avó também fazia parte. Com o falecimento da iyalorixá da Casa Branca Iyá Nassô, sucedeu Iyá Marcelina da Silva Oba Tossi. Após a morte desta, Maria Júlia da Conceição e Maria Júlia Figueiredo, disputaram a chefia do candomblé, cabendo à Maria Júlia Figueiredo que era a substituta legal (Iyakekerê) tomar a posse como Mãe do Terreiro. Maria Júlia da Conceição afastou-se com as demais dissidentes e fundaram outra Ilé Axé, o (Terreiro do Gantois), instalando-se em terreno arrendado aos Gantois - família de traficantes de escravos e proprietários de terras de origem belga - pelo cônjuge de Maria Júlia, o negro alforriado Francisco Nazareth de Eta. Situado num lugar alto e cercado por um bosque, o local de difícil acesso era bem conveniente numa época em que o candomblé era perseguido pelas forças da ordem. Geralmente, os rituais terminavam subitamente com a chegada da polícia. Em 1922, através do jogo de búzios, os orixás Oxóssi, Xangô, Oxum e Obaluaiyê confirmaram a escolha de Menininha, então com 28 anos. Em 18 de fevereiro daquele ano, ela assume definitivamente o terreiro. "Quando os orixás me escolheram eu não recusei, mas balancei muito para aceitar", contava. A partir da década de 1930, a perseguição ao candomblé vai arrefecendo, mas uma Lei de Jogos e Costumes, condicionava a realização de rituais à autorização policial, além de limitar o horário de término dos cultos às 22 horas. Mãe Menininha foi uma das principais articuladoras do término das restrições e proibições. "Isso é uma tradição ancestral, doutor", ponderava a iyalorixá diante do chefe da Delegacia de Jogos e Costumes. "Venha dar uma olhadinha o senhor também." Mãe Menininha abriu as portas do Gantois aos brancos e católicos - uma abertura que, em muitos terreiros, ainda é vista com certo estranhamento. Mas afinal, a Lei de Jogos e Costumes foi extinta em meados dos anos 1970. "Como um bispo progressista na Igreja Católica, Menininha modernizou o candomblé sem permitir que ele se transformasse num espetáculo para turistas", analisa o professor Cid Teixeira, da Universidade Federal da Bahia. Nunca deixou de assistir à missa e até convenceu os bispos da Bahia a permitir a entrada nas igrejas de mulheres, inclusive ela, vestidas com as roupas tradicionais do candomblé. Aos 29 anos, Menininha casou-se com o advogado Álvaro MacDowell de Oliveira, descendente de escoceses. Com ele teve duas filhas, Cleusa e Carmem. “Meu marido, quando me conheceu, sabia que eu era do candomblé… A gente viveu em paz porque ele passou a gostar de Candomblé. Mas, quando fui feita Iyalorixá, passamos a morar separados. No meu terreiro, eu e minhas filhas. Marido não. Elas nasceram aqui mesmo”. Em uma entrevista à revista IstoÉ, mãe Carmem conta que ela adorava assistir telenovelas, sendo que uma de suas preferidas teria sido Selva de Pedra. Era colecionadora de peças de porcelana, louça e de cristais, que guardava muito zelo. Não bebia Coca-Cola, pois certa vez lhe disseram que a bebida servia para desentupir os ralos de pias, e ela temia que a ingestão da bebida fizesse efeito análogo em si. Mãe Menininha do Gantois faleceu em Salvador em 1986 de causas naturais, aos 92 anos de idade. Morre a Yalorixá Mãe Menininha do Gantois. https://pt.wikipedia.org/wiki/M%C3%A3e_Menininha_do_Gantois 15 – Independência do Congo, em 1960. !7 – Nasce o Pan-africanista Marcus Garvey Marcus Mosiah Garvey ONHJ (Saint Ann's Bay, Jamaica,17 de agosto de 1887 – Londres, 10 de junho de 1940) foi um comunicador, empresário e ativista jamaicano. É considerado um dos maiores ativistas da história do movimento nacionalista negro. Garvey liderou o movimento mais amplo de descendentes africanos até então; é lembrado por alguns como o principal idealista do movimento de "volta para a África", de profunda inspiração para que os negros tivessem a "redenção" da África, e que as potências coloniais europeias desocupassem o continente. Em suas próprias palavras, "Eu não tenho nenhum desejo de levar todas as pessoas negras de volta para a África, há negros que não são bons elementos aqui e provavelmente não o serão lá." Apesar de ter sido criado como metodista, Marcus Garvey se declarava católico. Marcus Mosiah Garvey nasceu em Saint Ann's Bay, capital da paróquia de Saint Ann, Jamaica. Ele era o mais novo de 11 filhos, 9 dos quais morreram ainda na infância. Garvey frequentou a escola infantil e elementar em Saint Ann's Bay, e era tido como aluno brilhante. Ele também recebeu instrução particular de seu padrinho Alfred Burrowes, proprietário de uma oficina gráfica. Com 14 anos Marcus Garvey tornou-se aprendiz no negócio. O jovem Garvey, que gostava de nadar, tomar sol e jogar críquete, herdou o amor pelos livros de seu pai — um culto maçom, que possuía vasta biblioteca. Esse amor pelos livros também foi incentivado pelo padrinho Burrowes, também possuidor de uma biblioteca particular, da qual Garvey fez amplo uso. Ele também conhecia e travava contato com diversas pessoas que frequentavam a oficina para discutir política e assuntos da comunidade com Burrowes. No mesmo ano em que se tornou aprendiz de Burrowes, Garvey foi marcado por um acontecimento de fundo racista. Como vizinho de uma família branca, ele havia criado laços de amizade com uma menina de sua idade, que aos 14 foi enviada para a Inglaterra e proibida de escrever cartas para Garvey porque ele era um nigger (termo de cunho preconceituoso usado em países de língua inglesa). Marcus percebeu então claramente as fronteiras que separavam negros e brancos na sociedade jamaicana. Por volta de 1906 Garvey deixou Saint Ann's Bay em direção a Kingston, na tentativa de melhorar sua vida. Chegando lá ele trabalhou primeiro com um parente materno, e depois na empresa P.A. Benjamin Limited, como compositor na seção de impressão. Em 1907 se tornou um excelente impressor e contramestre. Nessa época um grande terremoto havia arrasado Kingston, o que gerou ainda mais pobreza na cidade. No ano seguinte (1908) os empregados da P.A. Benjamin, através do sindicato dos tipógrafos, entraram em greve por melhores salários. Foi a primeira experiência sindical de Garvey, que se juntou à paralisação apesar das promessas de melhores salários para quem furasse a greve. Com o insucesso do movimento, Garvey perdeu seu emprego, e foi colocado numa lista negra dos empregadores, sendo incapaz de arrumar outro emprego na tipografia privada; conseguiu, no entanto, uma vaga na imprensa do governo. Por esses anos Garvey também teve sua primeira experiência com jornalismo político, ao ingressar no National Club of Jamaica, um clube político. (Ele havia colaborado, antes, num jornal chamado The Watchman, ainda na P.A. Benjamin). Então ele saiu da Jamaica para ir para a Costa Rica, como fiscal em plantações de banana, por volta de 1910. Ao observar as condições de trabalho de outros negros, Garvey decidiu que tentaria mudar e melhorar suas vidas. Ele saiu da Costa Rica e viajou pela América Central e do Sul, a trabalhar e observar as condições de trabalho dos negros na região. Passou pela Guatemala, Panamá, Nicarágua,Equador, Chile e Peru. Em todo lugar Marcus Garvey observou que as condições de trabalho do negro eram péssimas, e que muitos enfrentavam o desemprego e a pobreza. Em alguns dos países visitados, e sempre que podia, Garvey publicava pequenos jornais e panfletos contendo suas impressões sobre a realidade local. Na Costa Rica ele publicou o La Nacíonale, e no Panamá ele publicou o La Prensa. Contudo, além de enfrentar as autoridades (que chegaram a baní-lo da Costa Rica) ele também enfrentava o descaso do povo, que não era capaz de entender ainda a importância de ter uma voz na mídia para defender seus interesses. Ao retornar para a Jamaica, Garvey pediu atenção do governo colonial para a situação da América Central, para que houvesse uma intervenção no sentido de melhorar a vida dos trabalhadores. Seu apelo foi recebido por ouvidos moucos. Em 1912 ele partiu para a Inglaterra, onde vivia sua única irmã, Indiana. Em Londres ele aprendeu muito sobre a cultura africana e também se interessou pelas condições dos negros nos Estados Unidos. Visitava frequentemente a Câmara dos Comuns e assistia conferências no Birksbeck College. Tornou-se amigo de Duse Muhammad, um egípcio nacionalista e que publicava o The African and Orient Review. A experiência em Londres foi muito importante para Garvey, tanto no sentido de entender o funcionamento de uma democracia quanto pelo fato de poder entrar em contato com vários africanos que, nascidos em outras colônias britânicas, iam estudar na Inglaterra. Com essas pessoas Garvey percebeu que os problemas da Jamaica eram muito semelhantes aos problemas enfrentados por populações negras de todo o mundo. Foi ainda em Londres que ele entrou em contato com os líderes do Movimento Pan-Africano, e conheceu a obra de Booker T. Washington. Ao retornar para a Jamaica em 1914 Garvey formou (em 1 de agosto) a Associação Universal para o Progresso Negro ou AUPN (Universal Negro Improvement Association, mais conhecida como UNIA). O lema da UNIA era One God! One Aim! One Destiny! (Um Deus! Uma aspiração! Um destino!). Garvey era o presidente da associação, que pretendia unir "todas as pessoas de ascendência africana do mundo em uma grande massa estabelecida em um país e governo absolutamente próprios." Entre os objetivos da UNIA estavam: • a promoção da consciência e unidade na raça negra, da dignidade e do amor • o desenvolvimento da África, livrando-a do domínio colonial e transformando-a numa potência • protestar contra o preconceito e a perda aos valores africanos • estabelecer insituições de ensino para negros, onde se ensinasse a cultura africana, também • promover o desenvolvimento comercial e industrial pelo mundo • auxiliar os despossuídos em todo o mundo A primeira sede da UNIA localizava-se no número 30 da rua Charles, em Kingston. Depois a entidade mudou-se para a escola Saint Mark, e então para a rua King, no prédio conhecido como Liberty Hall. Em função disso, os escritórios da UNIA ao redor do mundo passaram a ser conhecidos como Liberty Hall, também. Inicialmente a UNIA era ridicularizada na Jamaica, mesmo pelos negros. Como resposta, ele disse que aqueles que o ridicularizavam eram os negros "que não queriam ser reconhecidos como negros, mas como brancos." Depois de manter correspondência com Booker T. Washington durante o ano de 1915, Garvey partiu para os EUA em 1916. Infelizmente quando ele chegou nos país, Booker Washington acabara de morrer. Mesmo assim Garvey passou a ativista negro nos EUA, ensinando os negros a buscarem seus direitos. Todavia, Garvey viajou pelos EUA como conferencista. Residiu lá até 1927, quando foi deportado. Durante este período, ele trabalhou assiduamente para criar e consolidar a UNIA em uma organização realmente internacional. Seus esforços foram bem-sucedidos, e em 1920, a associação ostentava mais de 1 100 filiais em mais de 40 países. A maior parte dessas filiais estavam localizadas nos Estados Unidos, que se tornou a base de operações da UNIA. Havia escritórios da UNIA em vários países do Caribe, como Cuba (que os tinha em maior número), e também no Panamá, Costa Rica, Equador, Venezuela, Gana, Serra Leoa,Libéria, Namíbia, e África do Sul. Em sua passagem pelos EUA Garvey publicou também o semanário Negro World, entre 1918 e 1933, no Harlem. O jornal promovia as idéias nacionalistas de Garvey e foi um canal importante de expressão para a comunidade negra durante os anos do Renascimento do Harlem. Seções em francês e espanhol foram incluídas, e em 1920 o Negro World estimava sua tiragem em 50 000 exemplares; pode ter sido ele o jornal mais amplamente distribuído pelo mundo, e suas cópias chegaram a pessoas negras de todos os continentes. Garvey esteve ligado a outras publicações como The Daily Negro Times (Harlem, 1922–4), The Blackman, (Kingston, 1929–31), The New Jamaican (Kingston, 1932–3), The Black Man Magazine(Kingston, e depois Inglaterra, 1933–9). Garvey foi eleito presidente provisório da África durante a convenção organizada pela UNIA em 18 de agosto de 1920. Era primariamente uma posição cerimonial, por várias razões; os países da África eram, na sua maioria, colônias de países europeus, e Garvey não tinha visto para entrar em qualquer lugar da África, nem mesmo nas colônias britânicas (Garvey era cidadão inglês pois a Jamaica também era colônia). No entanto a saúde de Garvey estava ficando pior a cada dia. Em junho de 1940 ele sofreu dois derrames e morreu. Seu corpo foi embalsamado e enterrado no Cemitério Kendal Green, Londres. Em novembro de 1964 seus restos mortais foram transladados para a Jamaica e enterrados no National Heroes Park, sendo Garvey proclamado o primeiro herói nacional jamaicano. Ao redor do mundo, a memória de Garvey é mantida viva, seja em escolas e faculdades, estradas, prédios na África, Europa, Caribe e EUA; seja através da UNIA (com sua bandeira das cores vermelha, preta e verde); seja através de monumentos dedicados a ele, como o que figura na sala de heróis da Organização dos Estados Americanos, desde 1980. Existem diversos monumentos dedicados a Garvey também na Jamaica, entre os quais o mais tradicional é a estátua em frente à biblioteca de Saint Ann's Bay. Na mesma cidade há uma escola secundária com o nome de Garvey. Kingston é servida com uma estrada que leva o nome de Marcus Garvey, e há um busto do herói no Apex Park. Algumas moedas jamaicanas têm gravada a fisionomia dele, também. Marcus Garvey tem, para o povo negro, como contribuição mais importante o resgate do orgulho e da dignidade em ser negro. Suas atitudes mostram como o negro pode escapar do complexo de inferioridade racial. https://pt.wikipedia.org/wiki/Marcus_Garvey 23 – Nasce José Correia Leite, fundador do jornal O Clarim da Alvorada, em 1900. (1900-1989) José Correia Leite nasceu no dia 23 de agosto de 1900, em São Paulo. Vindo de uma família muito pobre, cedo teve que trabalhar. Foi entregador de marmitas, lenheiro e cocheiro. Autodidata, teve incentivo de uma antiga patroa, professora, para que estudasse sozinho. Tornou-se um dos expoentes do movimento negro brasileiro. Aos 24 anos, junto com Jayme de Aguiar, fundou o jornal O Clarim, rebatizado posteriormente de O Clarim d’Alvorada. Era um jornal feito por negros e para a comunidade negra, publicado entre os anos de 1924 a 1932. Nele, Correia atuou como diretor responsável, redator, repórter e gráfico. Ainda no início do jornal, começou a ter notícias sobre o processo de discriminação racial nos Estados Unidos que muito o influenciou. Foi um dos mais ativos nomes do movimento negro brasileiro. Um dos fundadores, em 1931, da Frente Negra Brasileira, compôs o conselho da entidade, mas depois se demitiu por divergências ideológicas, durante a aprovação dos estatutos. Em 1932, dirigiu o jornal A Chibata. No mesmo ano, criou o Clube Negro de Cultura Social, do qual foi um dos secretários e orientadores e onde publicou a revista Cultura. O clube funcionou até 1937. Em 1945, José Correia Leite colaborou com a fundação da Associação dos Negros Brasileiros (ANB), passando a editar o jornal Alvorada. A ANB encerraria suas atividades em 1948. Em 1956, foi criada a Associação Cultural do Negro, na qual Correia Leite assumiu a função de Presidente do Conselho Deliberativo, até 1965. Em 1960, participou ainda da elaboração da revista Niger. Além da militância, na qual foi uma referência, João Correia tinha a preocupação de construir um diálogo com os pesquisadores que se debruçavam sobre a questão racial. Assim, ele colaborou com depoimentos e material bibliográfico para diversos trabalhos sociológicos, como Relações Raciais entre Negros e Brancos em São Paulo – pesquisa dirigida por Roger Bastide e Florestan Fernandes; A Integração do Negro na Sociedade de Classes – tese de Florestan Fernandes; Racial Consciousness and Policial Atitudes and Behavior of Blacks in São Paulo, Brazil – tese de Michael Mitchell; e A Imprensa Negra em São Paulo – tese de Miriam Nicolau Ferrara. Também participou de diversos congressos, seminários e convenções, como o III Congresso de Culturas Negras das Américas – PUC / SP, 1982, mostrado no documentário Ori de Raquel Gerber. Foi entrevistado ainda para a realização de documentários cinematográficos, como O Negro da Senzala ao Soul, da RTC, e A Escravidão, de Zózimo Bulbul. Faleceu em 27 de fevereiro de 1989, em São Paulo, aos 88 anos de idade. http://antigo.acordacultura.org.br/herois/heroi/josecorreialeite 24 – Primeiro Congresso da Cultura Negra das Américas, na Colômbia, em 1977. O primeiro Congresso sobre Cultura Negra das Américas ocorreu em Cali, na Colômbia, na década de 70 – no período de 24 a 28 de agosto de 1977. Esse congresso foi convocado e respaldado pela Fundação Colombiana de Investigadores Folclóricos3 . O objetivo foi promover uma reflexão feita por afro-americanos, e sobre estes com a finalidade de superar entraves e barreiras políticas, culturais, econômicas e religiosas, impostas pelos colonizadores e ainda mantidas. O tema do Congresso foi a realidade social e cultural dos afro-americanos. Os participantes do Congresso foram divididos em quatro grupos de trabalho. O primeiro grupo tratou das questões políticas, religiosas, estéticas e morais. O segundo grupo se ateve às questões das estruturas socioeconômicas. O terceiro grupo ficou com a análise das artes e tecnologia. Enquanto o quarto grupo refletiu as questões pertinentes à Etnia e Mestiçagem. Nos diversos países, afirmaram os congressistas, por todos os meios tentam diminuir a população negra, inclusive utilizando a mestiçagem como artifício. A mestiçagem é algo interessante e bem quista desde que seja resultado da deliberação das pessoas. Não é o caso de reportar aqui toda a Ata do Congresso, mas nos parece de fundamental importância recordar as duas recomendações aprovadas pelos congressistas http://periodicos.est.edu.br/index.php/identidade/article/viewFile/2340/2307 24 – Morre o abolicionista Luiz Gama, em 1882. Patrono da cadeira nº 15 da Academia Paulista de Letras, poeta, advogado, jornalista e um dos mais combativos abolicionistas de nossa história. Luís Gonzaga Pinto da Gama era filho da africana livre Luiza Mahin, uma das principais figuras da Revolta dos Malês, com um fidalgo branco de origem portuguesa, de uma rica família baiana, mas amante da boa vida e dos jogos de azar. Depois que sua mãe foi exilada por motivos políticos, Luís, com apenas 10 anos, foi vendido como escravo pelo próprio pai, sendo levado para o Rio de Janeiro e depois para São Paulo. Foi comprado pelo alferes Antonio Pereira Cardoso, proprietário de uma fazenda no município de Lorena. Em 1847, o alferes recebeu a visita do jovem estudante Antonio Rodrigues do Prado Júnior, que, afeiçoando-se a Luís, ensinou-o a ler e a escrever. Em 1848, Luís Gama fugiu, pois sabia que sua situação era ilegal, já que era filho de mãe livre. Após seis anos de uma tumultuada carreira no exército, deu baixa no serviço militar em 1854. Dois anos depois voltou à Força Pública. Luís Gama inaugurou a imprensa humorística paulistana ao fundar, em 1864, o jornal "Diabo Coxo". Poeta satírico, ocultou-se, por vezes, sob o pseudônimo de Afro, Getulino e Barrabás. Sua principal obra foi "Primeiras trovas burlescas de Getulino", de 1859, onde se encontra a sátira "Quem sou eu?", também conhecida como Bodarrada. Autodidata, Luís Gama tornou-se advogado e iniciou suas atividades contra a escravidão, conseguindo libertar mais de 500 escravos. É dele a frase: "Perante o Direito, é justificável o crime do escravo perpetrado na pessoa do Senhor". Conhecido como o "amigo de todos", tinha em casa uma caixa com moedas que dava aos negros em dificuldades que vinham procurá-lo. Influenciou grandes figuras como Raul Pompéia, Alberto Torres e Américo de Campos, mas morreu em 24 de agosto de 1882, sem ver concretizada a Abolição. Numa reescrita tardia da história, sua designação como rábula mudou. Em 3 de novembro de 2015, Luis Gama recebeu da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), 133 anos após a sua morte, o título de advogado. http://educacao.uol.com.br/biografias/luis-gama.htm 28 – Primeira marcha de negros sobre Washington (EUA) em favor dos direitos civis, em 1963. O Movimento dos Direitos Civis é historicamente um período de tempo compreendido entre 1954 e 1980, ocorrido de maneiras diversas e marcado por rebeliões populares e convulsões na sociedade civil em países de todos os continentes. O processo de conseguir a igualdade perante a Lei para todas as camadas da população independente de cor, raça ou religião, foi longo e extenuante em diversos países e a maioria destes movimentos não conseguiu atingir seu objetivo. Em seus últimos dias, alguns deles acabaram se voltando para uma conotação política de esquerda. O mais conhecido e famoso deles através da história foi o Movimento dos direitos civis dos negros nos Estados Unidos, entre1955 e 1968, que consistia em conseguir reformas nos Estados Unidos visando a abolir a discriminação e a segregação racial no país. Com o aparecimento de movimentos negros como o Black Power e os Panteras Negras no meio dos anos 60, o clamor da sociedade negra por igualdade racial acabou aumentando seu pleito para a dignidade racial. O marco inicial deste movimento se deu no sul eminentemente racista do país, na cidade de Montgomery, estado do Alabama, em1 de dezembro de 1955, quando a costureira negra Rosa Parks ( “A Mãe dos Direitos Civis”) entrou num ônibus de volta para casa após um dia de trabalho sentou-se nos bancos da frente do ônibus, local proibido aos negros pelas leis segregacionistas do estado. • 1963 – A Marcha sobre Washington Ativistas negros e brancos marcham em Washington pelos direitos civis aos negros. • Em agosto de 1963, um quarto de milhão de manifestantes, negros e brancos, vindos de toda parte da nação, se reuniram na capital do país para um dia de discursos, protestos e cantos a favor da igualdade dos direitos civis para todos os cidadãos, organizado entre outros por Martin Luther King, Bayard Rustin e Phillip Randolph, na maior aglomeração pacífica realizada nos Estados Unidos com propósitos de integração racial, direito de moradia digna, pleno emprego, direito ao voto e educaçãointegrada. https://pt.wikipedia.org/wiki/Movimento_dos_direitos_civis 29 – Dia da Visibilidade Lésbica no Brasil. Visibilidade lésbica e o combate à lesbofobia O dia 29 de Agosto é o Dia Nacional da Visibilidade Lésbica e a semana que antecede a data é chamada de Semana da Visibilidade Lésbica; sua importância se evidencia pela urgente necessidade de se combater o ódio e a violência contra as mulheres lésbicas, recorrentes vítimas da misoginia no Brasil. Muitas manifestações e atos de violência contra lésbicas se baseiam na ideia de controle e dominação sobre os corpos das mulheres. Por isso, aqueles que agridem mulheres lésbicas muitas vezes têm como motivação a ideia de que elas possuem um comportamento fora da norma imposta às mulheres e que elas não deveriam possuir uma sexualidade que não seja heterossexual. Não é por acaso que muitos dos casos de violência contra lésbicas são casos de violência sexual; os chamados “estupros corretivos” seguem uma lógica que coloca o homem como autoridade curativa para “resolver” o suposto desvio que é a lesbianidade. No fim das contas, as dificuldades enfrentadas pelas lésbicas no Brasil são frutos da misoginia e do ódio contra as mulheres que se relacionam com mulheres, como se essa orientação sexual fosse um ato de insubmissão passível de punição. Mas nem só de estupros e de violência física se faz um comportamento e uma mentalidade lesbofóbica. No cotidiano, a lesbofobia está enraizada e escondida em muitas das tentativas de controle sobre as mulheres, desde os comentários hostis que são direcionados a mulheres consideradas pouco “femininas” até a divisão sexual do trabalho, que veta determinadas profissões às mulheres para que elas “não se pareçam com homens”, como se ambos os comportamentos, por si, fossem provas de que elas são lésbicas – algo repulsivo para a sociedade. A lesbofobia faz com que as mulheres precisem ter medo de serem “confundidas” com lésbicas, algo que nos mostra que o combate ao sexismo é fundamental para que exista respeito por mulheres lésbicas; somente assim elas poderão viver em comunidade sem o constante medo da violência e do estupro. Essas são questões que a garantia do casamento civil entre mulheres não consegue resolver sozinha, pois são valores culturais amplamente aceitos e reforçados. Portanto, a Semana da Visibilidade Lésbica deve nos instigar a refletir um pouco mais sobre nossos comportamentos e ideias machistas. Respeitar a diversidade também deve implicar no respeito pelas diversas maneiras de ser mulher e de ser lésbica. Assim, nos propomos a transformar nosso meio e garantimos o real respeito por mulheres de todas as orientações sexuais. http://www.revistaforum.com.br/questaodegenero/2015/08/27/visibilidade-lesbica-e-o-combate-lesbofobia/ 29 – Nasce Antônio Francisco Lisboa, escritor, entalhador e arquiteto. Aleijadinho Escultor, entalhador e arquiteto mineiro da arte barroca, considerado o maior escultor do período barroco. Biografia resumida Aleijadinho (Antônio Francisco Lisboa) nasceu em Vila Rica no ano de 1730 (não há registros oficiais sobre esta data). Era filho de uma escrava com um mestre-de-obras português. Iniciou sua vida artística ainda na infância, observando o trabalho de seu pai que também era entalhador. Por volta de 40 anos de idade, começa a desenvolver uma doença degenerativa nas articulações. Não se sabe exatamente qual foi a doença, mas provavelmente pode ter sido hanseníase ou alguma doença reumática. Aos poucos, foi perdendo os movimentos dos pés e mãos. Pedia a um ajudante para amarrar as ferramentas em seus punhos para poder esculpir e entalhar. Demonstra um esforço fora do comum para continuar com sua arte. Mesmo com todas as limitações, continua trabalhando na construção de igrejas e altares nas cidades de Minas Gerais. Na fase anterior a doença, suas obras são marcadas pelo equilíbrio, harmonia e serenidade. São desta época a Igreja São Francisco de Assis, Igreja Nossa Senhora das Mercês e Perdões (as duas na cidade de Ouro Preto). Já com a doença, Aleijadinho começa a dar um tom mais expressionista às suas obras de arte. É deste período o conjunto de esculturas Os Passos da Paixão e Os Doze Profetas, da Igreja de Bom Jesus de Matosinhos, na cidade de Congonhas do Campo. O trabalho artístico formado por 66 imagens religiosas esculpidas em madeira e 12 feitas de pedra-sabão, é considerado um dos mais importantes e representativos do barroco brasileiro. A obra de Aleijadinho A obra de Aleijadinho mistura diversos estilos do barroco. Em suas esculturas estão presentes características do rococó e dos estilos clássico e gótico. Utilizou como material de suas obras de arte, principalmente a pedra-sabão, matéria-prima brasileira. A madeira também foi utilizada pelo artista. Morreu pobre, doente e abandonado na cidade de Ouro Preto no ano de 1814 (ano provável). O conjunto de sua obra foi reconhecido como importante muitos anos depois. Atualmente, Aleijadinho é considerado o mais importante artista plástico do barroco mineiro. 31 – Conferência de Durban, em 2001. A conferência mundial de Durban contra o racismo Ao acabar os horrores da segunda guerra mundial, os autores da Declaração Universal pelos Direitos Humanos, emitiram o desejo de o mundo nunca mais fosse testemunha de persecuções fundadas sobre a origem racial e enunciaram que cada um, sem distinção de côr, de raça, de sexo, de idioma o de religião, poderia se recomendar dos direitos humanos e das liberdades fundamentais. Sessenta anos mais tarde é só constatar que a pesar de termos observados alguns sucessos, as formas de intolerâncias fundadas sobre idéias de superioridade dos que padecem minoridades, povos indigenos ou trabalhadores migrantes, se acrescentaram ou reapareceram. Frente aquelas recrudescências, a Conferência Mundial contra o racismo, a discriminação racial, a xenofobia e a intolerência asociada, que se organizou em Durban na África do Sul em setembro 2001, constituiu una ocasião para se concentrar nas etapas práticas para lutar contra o racismo e editou recomendações para combater os prejuízos e a intolerência. Os intercâmbios entre os Estados membros, as Instituições especializadas e as organizações não governamentais levaram a uma declaração e um programa de ações incluindo medidas para a prevenção, a educação e reparações ou pretendendo melhorar as cooperações e o resforzamento dos mecanismos de colaborações para lutar contra o racismo, a discriminação racial, a xenofobia e a intolerência asociada. Na ocasião desta conferência, foi reconhecido " que a escravidão e o tráfico negreiro, particularmente o tráfico transatlántico, foram tragédias horríveis na história da humanidade, não só por causa da sua barbária odiosa, mais também pelo tamanho, seu caráter organizado e especialmente pela negação da identidade das vítimas………que a escravidão e o tráfico de escravos constituem um crime contra a humanidade e que sempre deveria ter sido assim, especialmente do tráfico transatlántico, e que são umas das principais fontes e manifestação do racismo, da discriminação racial, da xenofobia e da intolerência asociada, e que os africanos e pessoas de ascendência africana, así como as pessoas de ascendência asiatica e os povos indigenos, foram vítimas desses atos e siguem padeciendo das consecuencias " Foi naquele reconhecimento internacional das raízes históricas dos maus atuais que se chamam racismo, a xenofobia e as discriminações, que o projeto « da rota das abolições da escravidão e dos Direitos Humanos » tirou sua legitimidade e pretende desempenhar um papel ativo no sentido da política liderada pelas Nações Unidas e a Declaração Universal dos Direitos Humanos, elaborada pelo francês René Cassin, filho espiritual do Abade Gregoire. Informações sobre a conferência de Durban http://www.un.org/french/WCAR/

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