sexta-feira, 13 de maio de 2011

13 de maio, data para refletir

Mesmo assim, a data está um pouco desprestigiada desde que os movimentos negros brasileiros, nos anos 70, instituíram o Dia da Consciência Negra para ressaltar o papel dos próprios negros no processo de sua emancipação. Com isso, o dia 20 de novembro, que rememora a execução de Zumbi, tornou-se contraponto ao 13 de maio. Progressivamente, o Dia Nacional da Consciência Negra ganhou prestígio, até ser incluído no calendário escolar brasileiro, pela lei 10 639, de 9 de janeiro de 2003, que tornou obrigatório incluir no currículo escolar nacional a obrigatoriedade da temática “história e cultura afro-brasileira”. O debate que pode ser aberto a partir disso é: existem ou não motivos para a comemoração do 13 de maio? A data tem seu valor histórico. Ela assinala a vitória do movimento abolicionista e do parlamento brasileiro. A campanha abolicionista atingiu seu êxito no exato momento que a princesa Isabel assinou a lei. Para César Jacinto, coordenador de projetos especiais do Ceafro Kilombo de Bagé e que também participa da coordenação política estadual do Movimento Negro, a data é de reflexão. Ele comentou que, das entidades nacionais ligadas aos movimentos negros, somente o Congresso Nacional Afro-Brasileiro (CNAB) festeja o 13 de maio. Jacinto revelou que o movimento negro em Bagé está bem avançado em relação ao cenário estadual. São diversas realizações e é destaque o entrosamento com a comunidade. O líder negro enumerou várias conquistas do movimento que se iniciou com as ações do Ceafro Kilombo, há praticamente 10 anos. Uma delas foi a garantia de 20% das vagas para cargos públicos municipais oferecidos por concurso. Na área da educação, Jacinto comemora a formação de aproximadamente 500 professores na região para o ensino de cultura e história afro-brasileira e africana. Na área cultural e artística são diversos os eventos ligados à música e à dança promovidos pelo movimento negro, e é constante o incentivo à criação de políticas públicas que promovam a cultura negra. Na área da saúde ele salienta a criação do Comitê Técnico de Saúde da População Negra, focado em doenças como a anemia falciforme, o diabetes e a hipertensão, entre outras que na população negra requerem cuidados diferenciados no diagnóstico e no tratamento. Jacinto revelou que o grupo quer, num futuro próximo, agir na área de geração de trabalho e renda. Para tanto os jovens negros bajeenses poderão participar de cursos de capacitação e formação obtidos graças ao esforço do movimento negro de Bagé que, através de parcerias proveitosas ganhou destaque estadual.

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