segunda-feira, 21 de abril de 2014

O CASO MÁRCIO CHAGAS E O RACISMO NA COPA DO MUNDO.

As organizações internacionais neonazistas e a ideologia secular racista fortalecem o preconceito racial nos estádios de futebol. Não há fatos isolados, quem expressa o ódio e a supremacia racial incorpora, de fato, a concepção ideológica e a segregação hierárquica de raça e classe social. Mesmo que inconsciente ou subjetivamente, de algum lugar as pessoas aprendem a distinguir a beleza ou a capacidade intelectual do outro, simplesmente pela diferença da cor da pele ou origem étnica. Extravasar essas manifestações em lugares públicos de diversão é redimensionar a atitude expressa em seus grupos sociais de formação e de convivência cotidiana. A discriminação ao indivíduo, seja jogador, árbitro ou torcedor sempre tem um ponto de referência que forma e reproduz um pensamento institucionalizado. Para quem não debate a questão racial é difícil imaginar que, uma tal ideologia promove a ação de pessoas sobre a classificação da diferença de capacidade de outras pessoas; por raça, credo, ou opção sexual. Pois bem, tem uma vasta biografia que fala sobre os "grandes" pensadores e teóricos racistas. Em 2010, a ANLU - A Nossa Luta Unificada - publicou o texto, em anexo, denominado " Neuland". Trata da interação de organizações racistas e criminosas com os casos de discriminação no Rio Grande do Sul. Não queríamos criar fantasmas, só dizer que a direita organizada existe, mesmo que seja nucleada em várias partes do mundo, inclusive no Brasil. Alguns sabem que, também, algumas instituições liberais, capitalistas e religiosas comungam do desprezo à vida humana e lideram a especulação do capital internacional especulativo, fortalecendo a detenção do poder político imperialista. O futebol não está longe desses interesses, a magia da bola se transformou em interesse de mercado. A FIFA impõem regras à instituições financeiras, empresas, clubes e aos poderes de qualquer Estado. O acesso aos estádios de futebol privatizados, definitivamente, não é mais para assalariados de baixa renda. Nisto, o preconceito racial e social assola, majoritariamente, negros e brancos pobres. As denuncias constantes do movimento negro, com certeza, influenciaram a reação do árbitro Márcio Chagas, o que eternamente falta à Pelé, por exemplo. Contudo, não podemos descontextualizar o mecanismo desses interesses econômicos e suas manifestações ideológicas na realização da Copa do Mundo em nosso país. A final de contas, grande parte da população está motivada e outra não está nem aí. Em que time você jogará ? Por outro lado, a pauta de reivindicações e denuncias dos movimentos sociais e suas manifestações populares são legítimas e não podem ser criminalizadas. O fato da realização da Copa do Mundo ser num país onde a desigualdade racial é um problema crônico e emblemático, já é uma questão de grande contradição sócio econômica. Mas enfim, a última foi na África do Sul, e como estão as coisas por lá ? É bom que já estamos sob grandes polêmicas e debates; o sectarismo ou o censo comum entre os segmentos da sociedade, fazem parte de uma retórica necessária para evidenciar retrocessos ou avanços sociais. Podemos realizar uma excelente Copa do Mundo com toda estrutura e logística implementada. Quiçá, tenhamos um resultado positivo em nossa economia em relação ao investimento realizado. O dinheiro é público, vem do bolso de cada um de nós. Contudo, o cenário de vulnerabilidade e desigualdade social pode ser propício para ações de impunidade e intolerância. Por mais que o Brasil tenha reconhecimento internacional, ainda permeia no imaginário estrangeiro o esteriótipo que somos somente; "índios, carnaval, futebol e mulheres". O contexto facilita o turismo sexual, prostituição infantil, violência e tráfico de mulheres, lavagem de dinheiro, tráfico e aumento do consumo de drogas, crimes e espionagens internacionais. Bem como, as ações intolerantes de alguns torcedores das várias nações. Lembremos que, a arrogância neocolonizadora é de origem eurocêntrica. No entanto não podemos generalizar, pois convivemos em nosso território com todos esses problemas a muito tempo. Temos que ter muita consciência política para denunciar a violência policial, por exemplo. Para quem não sabe, foi assim que nasceu o Movimento Negro Unificado em 1978. Não podemos esconder a nossa realidade embaixo do tapete. A juventude negra tem sido exterminada em todo o país. Não podemos esperar que as "evidências" fiquem condicionadas ao Brasil ganhar ou não a Copa. Urge uma campanha institucional de combate ao racismo, à xenofobia e intolerâncias correlatas. O caso do árbitro, Márcio Chagas, que sofreu preconceito racial e foi discriminado por torcedores numa partida de futebol na serra gaúcha teve um desfecho positivo na justiça brasileira, que de praxe relega esses fatos á calúnia e difamação e não pune os infratores. O TJD - Tribunal de Justiça Desportiva-RS, julgou e puniu o Esportivo de Bento Gonçalves ao rebaixamento à divisão de acesso do campeonato gaúcho. Foi um avanço considerável, porém, a complexidade das manifestações racistas devem ser analisadas, investigadas e combatidas sistematicamente. Em Porto Alegre, o delegado Paulo César Jardim, vem investigando vários casos de racismo no futebol relacionados com organizações criminosas. Na década de 2000, a Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, também, instaurou uma Comissão Especial para Promoção da Igualdade Racial nos Esportes. As resoluções foram enviadas para a Federação Gaúcha de Futebol (FGF) e para a Confederação Brasileira de Futebol (CBF). E, sabendo que o racismo não é uma manifestação isolada do indivíduo, mas a capacidade ideológica que faz com que o sujeito o reproduza, devemos perseverar, pois as conquistas são resultantes da continuidade da luta. Emir Silva. ANLU - A Nossa Luta Unificada. Campo de Análise, Reflexão e Articulação do MNU - Movimento Negro Unificado

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