quarta-feira, 14 de maio de 2014

Apartheid no 13 de maio em Ipanema

Mulher negra é impedida de trabalhar em padaria e levada algemada para delegacia. “Gente assim não pode trabalhar aqui, reclamou a madame!” by mamapress por Marcos Romão Já vimos denunciando há tempos o aumento do racismo geográfico espacial nas grandes cidades, e no Rio de Janeiro em especial. As grandes obras para a copa, além de provocarem o despejo em massa de milhares de negros e pobres das zonas nobres da cidade, tem como resultado a formação de guetos brancos do centro em direção à zona sul. Assistimos nos últimos anos uma verdadeira limpeza étnica da cidade do Rio de Janeiro, como se o objetivo único fosse apresentar para os turistas um Rio de Janeiro branco e europeu, "FREE FROM BLACKS", limpos de negros.aparthid em Ipanema. Em reportagem de CLEO GUIMARÃES E ISABELA BASTOS, no blog Gente Boa, de 14 de maio, temos o relato da atriz Aparecida Petrowsky, que ao ir a uma padaria no coração de Ipanema na rua Joana Angélica, assistiu a uma cena dantesca de discriminação por parte de uma cliente contra a caixa da padaria, que era uma mulher negra e, em seguida à cenas de violência policial, quando um PM subjugou com violência a empregada uniformizada da padaria e a levou algemada para a delegacia, para que pedisse desculpas à madame-cliente, que reclamara do preço do café. Segundo a reportagem. "O desentendimento começou quando a cliente reclamou do preço do café, R$ 3. Ela pediu um “café normal”, e teria se sentido desrespeitada quando a funcionária retrucou, dizendo que na casa só tinha café expresso. Logo depois, conta, “um policial desceu do carro e foi na direção da caixa, que, claro, ficou muito nervosa”. A atriz prossegue, dizendo que o PM teria mandado a caixa se levantar e pedir desculpas à cliente, no que ela se recusou. “Eu estou trabalhando! Não vou pedir desculpas nem sair daqui. Não vou!” Aparecida conta que, nesta hora, o policial anunciou: “É desacato à autoridade” e a pegou pelo braço, virando-o para trás, para algemá-la. “Nesta hora, ficou todo mundo assistindo a tudo como se fosse um filme. O gerente não fez nada”, conta. Minutos depois, já havia cerca de 50 pessoas na porta da padaria. Foi então que antigos clientes tomaram partido da funcionária. “Quero ir junto! Conheço ela há anos”, gritou, em vão, uma mulher. A caixa foi levada, sozinha e algemada, no carro. O que é que está acontecendo na zona sul do Rio de Janeiro? Linchamentos de menores, discriminações raciais em condomínios e agora uma mulher negra funcionária de uma padaria há 26 anos é presa e impedida de trabalhar, porque, segundo depoimento da atriz Aparecida uma cliente aos berros disse: " “É um absurdo deixarem trabalhar gente assim aqui!” Vejam a reportagem completa com o vídeo do "flagrante" gravado pela atriz Aparecida Petrowsky, que graças aos céus teve a coragem de gravar e relatar esta violência.

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