terça-feira, 9 de janeiro de 2024

A ORIGEM DO CHARQUE - HISTÓRIA

Nos Andes da América do Sul, na era pré-colombiana, já existia um preparo de carne desidratada. Os cortes utilizados eram de lhama ou outro gado, e chamava charqui. No Brasil, iniciou-se no Nordeste, no fim do século 17, se intensificou com a implantação das estâncias de gado. Inicialmente, servia para a alimentação dos escravos. A maioria dos produtores de carne bovina eram os estados de Ceará, Rio Grande do Norte e Paraíba. Com a desvalorização do rebanho durante o transporte para abate nos mercados consumidores, os produtores começaram a abater os animais e conservar a carne em sal. Gado e sal foram os negócios que renderam lucros para suas capitanias produtoras. Porém, com a seca iniciada em 1777, que se prolongou com estiagens por dois anos, a produção de charque no nordeste se tornou inviável devido à morte dos rebanhos das fazendas, o que provocou uma crise econômica na região. Logo, o estado do Rio Grande do Sul, que naquela altura já tinha um enorme rebanho, começou a liderar a produção de carne. No ano de 1780, em Pelotas, foi construída a primeira charqueada de que se tem registro, por José Pinto Martins, refugiado da seca cearense. Pouco depois, muitos outros estabelecimentos foram construídos, e o charque passou a ser exportado para o Nordeste. No século 19, o charque era utilizado como alimento dos escravos da cafeicultura em todo o Brasil e nas regiões que adotavam o sistema escravista, como o Caribe. Era também utilizado pelas camadas pobres da população livre, por ser barato e dispensar refrigeração. O charque era quase exclusivamente produzido pelo Brasil, com concorrência do Uruguai e da Argentina. Até o final do ciclo do Charque, o Rio Grande do Sul era o maior produtor de charque do Brasil. Prof. F Silva Fontes: Beroldt, Leonardo; et al. (2009). Seminário Integrador I. Porto Alegre: PLAGEDER. ISBN 9788538600978. Consultado em 22 de abril de 2013 Caldeira, Jorge (1999). A nação mercantilista. ensaio sobre o Brasil. São Paulo: Editora 34. 415 páginas. ISBN 9788573261387. Consultado em 22 de abril de 2013 Willard Crompton, Samuel (2005). 100 guerras que mudaram a história. Rio de Janeiro: Ediouro Publicações. 250 páginas. ISBN 9788500016325

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Segure e lance

Segure e lance