Em 2010 que tenhamos diante dos sonhos uma idade indefinida.
Que venha 2010!
Com uma consciência ampliada do mundo entre a crítica e a construção. Nada da inveja humana desagregadora. Que tenhamos diante dos sonhos uma idade indefinida.
Que deixemos de lado o jogo cênico da convivência humana. Que possamos ser sinceros na medida em que a sinceridade não ofenda princípios e comícios e não coloque nossas vidas na ponta da flecha. Precisamos da coerência. Que não tenhamos idéias simetricamente uníssonas, mas que aprendamos a lidar com as diferenças de nossas idéias e nossas próprias diferenças.
Que não esqueçamos que vivemos em permanente transição e essa transição vai além do novo ano. Uma transição casuísta entre o bem e o mal, o possível e o que não pode ser. Somos arquitetos e arquitetas de outra história e histórias não se fazem de repente. Elas se fazem ao longo de muitos natais e vários e curtidos anos. Que possamos na nossa vida cotidiana conjugar questões essenciais sem desaprender o sorriso, a lembrança, as pessoas especiais. Contemporaneamente o tempo é nosso pior inimigo. Não temos mais tempo. Só para o trabalho e a família. Amizade hoje é artigo descartável. Que nossa vontade de compartilhar vidas e conhecimento seja andarilha, ampliando o alcance da melodia renascida pela presença “transitória?” do novo ano.
Que possamos apreciar, de verdade, a mistura de gentes sem esquecer nosso verniz pessoal.
Que possamos escrever no caderno-diário a meia dúzia de sonhos simples(sem envolvimento do crescimento financeiro), que a escassez de tempo nos permite ter. Somos mimetizados pela urgência. Não nos preocupamos mais em desapontar pessoas. O que nos importa verdadeiramente é garantir o futuro. Somos, hoje, antropofágicos de um tempo em sintonia com o supérfluo das relações humanas e nos entregamos a uma desenfreada autodissolução de valores e laços afetivos até que a morte nos puxa para valoração do momento presente.
Essa é a hora, ou metaforicamente, de cantarolar as músicas frescas com tantos e tantas que habitam a memória de nossas histórias. O individualismo nos abraça com uma intimidade avassaladora e fragmenta o continente de possibilidades de parcerias no jogo dos reflexos humanos. Estabelecemos uma comunicação meticulosa e introspecta com um número seletivo de amigos/amigas cúmplices do nosso mimetismo relacional.
Que não nos contentemos com o estado mínimo de direitos. Precisamos dos bastantes, numa justa fruição de legado do representante político eleito por nós. Vejam, somos nós que os/as elegemos! Homens e mulheres que só comem panetone no Natal. Precisamos de bastante respeito à pessoa humana. Precisamos começar a decidir o nosso destino político.
Que nossas teorias e reflexões tomem corpo e espírito e transformem-se em atitudes. Precisamos estabelecer, novamente, a interação com o outro ou outra que habita nesse conglomerado mundo de meu Deus, Olorum, Tupã e aí formar redes, alem da internet.
Precisamos voltar a cultivar a delicadeza de ser humano eliminando monólogos e estimulando o agrupamento e interlocução de novos protagonistas, sem arredar pé do idealismo que faz do universo um ponto de encontro entre o sonho, esperança e as possibilidades de mudança. Ok! O primitivo e o civilizado fazem parte da essência humana.
É preciso que prestemos atenção ao silêncio do nosso grupo social que em muitos reflete a nossa contemporânea omissão cidadã .
Estamos muito silenciosos diante das caminhadas contemporâneas? Somos uma sociedade participativa, agregadora?
É preciso que tenhamos tempo para compreender a verdadeira dimensão do ano que sem subterfúgios rompe parecido com tantos outros nascimentos, portanto é urgente que inventemos encaixes diferenciais para desfrutar a delícia e o desafio de um novo ano.
E que possamos vivenciar nossas raízes africanas. Sem preconceitos!
Seja bem-vindo 2010!
Blog Raízes da África
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